Vinhos Brandina: uma joia na Serra da Mantiqueira

Para celebrar os vinte mil inscritos no Canal Apaixonado por vinhos, do Youtube, e trinta e sete anos de casamento, visitei, na semana passada, a Villa Santa Maria, produtora dos premiadíssimos Vinhos Brandina. Situada na Serra da Mantiqueira, no Vale do Baú, no município de São Bento do Sapucaí-SP, a vinícola tem uma paisagem magnífica e um atendimento ótimo.

O sucesso dos Vinhos Brandina decorre do terroir serrano e do emprego do sistema de dupla poda, ou colheita de inverno, que possibilitou a produção de vinhos de qualidade no Sudeste, ao propiciar a inversão do ciclo da videira e permitir que este se desenvolvesse de janeiro a agosto, com a colheita ocorrendo em período sem chuvas, pois estas comprometem a qualidade das uvas e, por consequência, do vinho. 

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A vinícola dista apenas cerca de 20 km de Campos do Jordão, onde estava hospedado, mas, devido à estrada sinuosa, pode-se levar até uma hora. Para facilitar, contratei um motorista, assim fiquei tranquilo para degustar os vinhos sem me preocupar com o volante. As visitas ocorrem de quarta a domingo, das 11 às 17h, mas é necessário prévio agendamento  seja para a degustação, o tour guiado, o piquenique gourmet ou o almoço. Basta fazer contato pelo WhatsApp: (12) 99633-0222. 

A degustação guiada pelo Sommelier Christian Pinotti se dá em um grande bangalô de madeira. Edificado em um parte alta da propriedade e estando a vários metros do solo, o local proporciona uma bela vista da serra. 

A maestria do Sommelier Christian é digna de nota. De forma didática e descontraída levou todos, a maioria sem experiência em degustação técnica, a sentir os aromas e os sabores dos vinhos apresentados. Fui autorizado a gravar a apresentação, o que rendeu um vídeo de 40 minutos que estará disponível a partir das 17h deste domingo, no link ao final. 

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O primeiro vinho degustado foi o Chardonnay Brandina que  recebeu medalha no Wines of Brazil Awards e apresentou as notas clássicas dessa casta: pera, maçã verde e  abacaxi, as quais ficaram enriquecidas com uma nota de banana, a qual é proveniente do terroir. Na paladar mostrou-se fresco e com boa acidez. Ao reter-se um pouco o vinho na boca, percebe-se um delicado amanteigado na mucosa da bochecha, decorrente da fermentação malolática. Ao engolir, percebe-se uma certa mineralidade, através de uma nota salina. No retrogosto, que consiste em engolir o vinho e soltar o ar pelo nariz, são nítidas as notas de casca de laranja e tangerina.

Na sequência provei o refrescante e surpreendente Sauvignon Blanc Brandina,  que recebeu medalhas no Wines of Brazil Awards e no Decanter World Wine Awards. Este, realizado em Londres, é um dos concursos de vinho mais respeitados da Europa. Entregou notas de maracujá, arruda, limão siciliano e pimentão amarelo.

Vou destacar mais um: o Assemblagem Brandina, que também recebeu medalhas no Wines of Brazil Awards e no Decanter World Wine Awards. Ele é composto por Syrah (80%) e Cabernet Sauvignon (20%). São uvas de casca grossa, que produzem vinho com mais corpo. Apresentou notas de frutas vermelhas e negras, coalhada (proveniente da fermentação malolática),  azeitona preta, caramelo, pimenta do reino, cravo, canela, noz-moscada, leve mentol e  madeira molhada. Curiosamente este vinho não passou por barrica de carvalho, sendo a nota de madeira molhada proveniente da Syrah plantada na Serra da Mantiqueira.  Na boca revelou tanino e acidez de intensidade superior à média, com muita fruta e final tendendo a longo. Veja o vídeo da degustação abaixo. Vinhos Brandina: recomendo!