O diretório estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) proibiu qualquer coligação com o Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, inviabilizando a participação da legenda na coligação "Pra Frente Santa Cruz", que apoia a reeleição do prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo, Diego Singolani (PSD).
A decisão, confirmada na terça-feira (30) pelo página d, gerou polêmica em diversos setores da política local. Fontes próximas a Singolani avaliaram que, sabendo que o eleitorado do município é majoritariamente conservador, o prefeito se arriscou ao buscar uma aproximação com a esquerda, que agora lhe dá as costas - pelo menos a nível estadual.
O vereador Professor Duzão, presidente do diretório municipal do PSOL, explicou que, juridicamente, o partido não poderá fazer parte da coligação. No entanto, garantiu que o apoio individual dos nove candidatos ao prefeito Diego Singolani permanece. "Não é culpa minha. Eu tentei coligar, deixei bem claro ao Diego e ao Cristiano Miranda. Subimos no palanque juntos na convenção do Diego e ele participou da nossa", afirmou Duzão.
O prefeito Diego Singolani se disse surpreso com a decisão e destacou que, apesar de ser um candidato de centro-direita, buscou diálogo com a esquerda local em respeito às pessoas que fazem parte do grupo. Contudo, declarou que agora a "direita deve prevalecer". Em suas declarações, Diego expressou frustração com a decisão do PSOL e mencionou que não aceitará mais apoio político de partidos de esquerda.
"Fui desrespeitado pela esquerda a nível estadual e nacional. Não aceito mais apoio da esquerda. Eles pregam o diálogo, mas não foi isso que aconteceu em Santa Cruz. Foi sempre a direita que me abriu as portas", afirmou Singolani.
A proibição da coligação está em consonância com uma diretriz mais ampla do PSOL no estado de São Paulo, que faz oposição ao Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas. No site do PSOL-SP, um documento intitulado "Eleições Municipais de 2024: Derrotar a Extrema-Direita para Avançar em São Paulo", publicado em maio deste ano, autoriza alianças apenas com partidos específicos da esquerda e centro-esquerda, vetando qualquer coligação com partidos fora dessa lista.
Duzão disse que acreditava que poderia haver uma exceção em relação ao PSD, devido à grande quantidade de candidatos lançados por Gilberto Kassab, mas a participação do Republicanos na coligação de Singolani foi o principal impeditivo.
No contexto da polêmica, setores da oposição passaram a divulgar a ficha de filiação de Diego Singolani ao PSOL nas redes sociais. O prefeito explicou que sua filiação ao partido em 2008 foi a pedido de José Álvares, com o objetivo de apoiar a Santa Casa de Misericórdia e o IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), já que o deputado psolista Carlos Giannazi era um benfeitor do hospital, destinando recursos com frequência. Diego destacou que nunca participou ativamente de movimentos políticos do PSOL e que se filiou ao PSD em 2020, identificando-se com a ideologia de centro-direita.
Na tarde de quarta-feira (31), o PSOL divulgou oficialmente sua resolução sobre coligações, desautorizando a aliança majoritária em Santa Cruz do Rio Pardo e outras sete cidades do estado.
O prefeito agora concentra seus esforços em solidificar sua base de apoio na direita, em meio às repercussões da recente controvérsia.
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