Judicializar nunca é bom. Não só amplia o tensionamento já existente como também afasta ainda mais as partes. Se levamos isso à política contribuímos ainda mais com a instabilidade - mesmo que sem perceber.
Miro Teixeira, ex-deputado federal mas antes de tudo um bom pensador do direito, costuma dizer que agente político não deveria sequer ter direito a ser titular de ação penal em matéria de crimes contra a honra.
É verdade. A imunidade parlamentar, por exemplo, vem para assegurar no ambiente legislativo a livre circulação de ideias - ainda que não seja esse exatamente o cenário de hoje.
Mas o ambiente político exige tolerância à crítica. Neste aspecto, a sentença que rejeitou queixa-crime do ex-prefeito Otacílio contra o atual mandatário Diego é acertadamente a maior lição que os candidatos - especialmente o autor, ressalte-se - puderam ter até agora.
Atacar é bom, repercute, e não gostar de uma resposta à mesma altura do que foi dito é um golpe contra o direito ao contraditório - que tem sido esquecido, lamentavelmente esquecido, nesses tempos de crise.
Otacílio foi muito mais atacado quando enfrentou Mira e eventuais providências na seara criminal eram raras e de fato foram poucas. Pelo contrário: quem levava tudo ao Poder Judiciário era justamente Mira, prática que Otacílio sempre condenou.
Mas tempos mudam (ou parecem mudar)
*A opnião dos nossos colunistas não refletem, necessariamente, a opnião do jornal página d.
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