Sérgio,
Estou lhe enviando duas fotos importantes para a edição desta semana. Quase tinha me esquecido desse quadro do Acácio Gonçalves que encontrei a uns dois anos em Ubirajara, na casa da dona de um empório.
Tendo ido àquela cidade pela primeira vez, procurei algum morador antigo para perguntar sobre o professor Wilson Gonçalves, que ali iniciou sua carreira de professor da rede estadual em 1943, conforme ele próprio nos conta na impagável crônica “Grã Circo Norte-Americano”. A dona do empório disse que não só se lembrava dele como tinha um quadro pintado por ele na sua sala. Pedi para ver e ela me convidou a entrar.
Era um quadro belíssimo, de uns 70X90 cm, com a moldura já meio baleada. Tratei de mostrar à senhora que aquele quadro era do Acácio, irmão do professor Wilson, conforme assinatura legível no canto inferior esquerdo. Fiz então duas fotos: uma do quadro e outra onde a senhora aparece de meio corpo ao lado do quadro. Uma cópia dessa última eu enviei a ela, pelo Correio, aproveitando o envelope para mandar também uns santinhos do Claury.
A segunda foto já tem quase quinze anos. Foi feita na escadaria do Debate, na Avenida Tiradentes, no dia 7 de abril de 1984, aniversário do seu Júnior. Lembrei-me desta foto tão logo fui informado da tragédia que envolveu o filho do nosso velho amigo Mistugui Canda. No último degrau estão meus filhos, Bernardo Fellipe e Gabriela. No degrau do meio, está o Sérgio Fleury Jr, e no degrau da frente, à esquerda, está o filho do Mistugui, o Rodrigo Canda.
Espero que essa simples foto possa dizer a você o que eu senti ao vê-la. Daria uma longa crônica, que não vou escrever, claro. Acho que nem precisa, pois você é um cara humano e sensível.
Guarde essas duas fotos com cuidado. Quando puder ir aí, na redação, eu pego de volta.
Se o Jornal do Brasil de 06/11/98 já chegou, por favor, mande pela Neusa.
Um abraço.
*A opnião dos nossos colunistas não refletem, necessariamente, a opnião do jornal página d.
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