Planos de governo costumam ser aquelas coisas que todos têm mas ninguém cumpre. Se assemelham a estatutos de partidos, cada vez menos relevantes na política do País.
Como neste ano as eleições em Santa Cruz serão diferentes - protagonizadas por criatura e criador -, me causou também curiosidade para ver exatamente o que cada um defende.
Até para confrontar com o que foi ou poderia ter sido feito nos últimos 12 anos, período em que o grupo de Otacílio estaria à frente do município não fosse o gosto pelo poder do antigo mandatário.
Ao contrário de Otacílio, Diego vem com ideias pouco mirabolantes e mais fáceis de serem implementadas.
Mas em alguns setores são simples até demais, como por exemplo "ampliar a rede de coleta de esgotos e de galerias de águas pluviais" ou "ampliar paulatinamente a destinação dos recursos necessários à incrementação das ações desportivas". Parece coisa de quem escreve um plano para cumprir tabela.
Otacílio quis ser mais ousado - e pode pagar um preço por isso caso venha a vencer. Não exatamente por defender obras faraônicas, coisa da qual o ex-prefeito quer distância, mas pela possibilidade de se apontar contradições naturais em suas propostas.
Diz, por exemplo, que quer distribuir uniformes à rede de ensino. Isso já é permitido por lei do ex-vereador Joel de Araújo e só não se tornou realidade pelo próprio Otacílio, que costurou uma mudança no projeto na época.
O texto dizia "a prefeitura deverá fornecer uniformes". O ex-prefeito costurou com sua base na Câmara uma emenda trocando o verbo para "poderá fornecer". Esvaziou o texto. É ver para crer.
*A opnião dos nossos colunistas não refletem, necessariamente, a opnião do jornal página d.
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