Amor ao próximo, fé e trabalho duro. Palavras sempre presentes na vida de Roque Batista Caramujo, que, aos 82 anos, ainda mantém o espírito jovem e o coração cheio de devoção. Há mais de cinco décadas, Roque se dedica à catequese, moldando gerações de crianças e adultos na Paróquia de São Sebastião. No próximo dia 27 de agosto, quando se comemora o Dia do Catequista, a história de Roque serve como inspiração.
Nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, ele teve uma infância humilde, marcada pelo trabalho na roça. Desde muito jovem, sua relação com a fé foi construída de maneira sólida, influenciada por seus pais, que o levavam à igreja desde os 4 anos de idade. Foi nesse ambiente que Roque começou a formar sua identidade como membro ativo da comunidade católica.
Roque iniciou sua vida profissional no campo, mas encontrou sua verdadeira vocação ao ingressar na tradicional “Farmácia Santa Cruz”, onde trabalhou por 43 anos. Após se aposentar, continuou sua trajetória de serviço na Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo, onde atuou por mais de 20 anos. Foi lá que, além de cuidar das roupas do Centro Cirúrgico e da limpeza do hospital, Roque iniciou um brechó para arrecadar fundos, projeto que ele viria a replicar no Asilo São Vicente de Paulo.
Mas foi na catequese que Roque encontrou um chamado especial. Desde cedo, sua participação na igreja foi ativa, culminando em mais de 50 anos dedicados à formação religiosa de crianças e adultos. Inicialmente, ele começou ensinando catequese para adultos no Parque das Nações, mas logo passou a se dedicar às crianças, preparando-as para a Primeira Eucaristia.
Roque descreve sua longa jornada na catequese com gratidão e alegria. "Eu sempre gostei de crianças", afirma, relembrando com carinho as muitas turmas que passaram por suas aulas. Ele menciona o impacto que seu trabalho teve na vida de muitas dessas crianças, agora adultos, que ainda o reconhecem e cumprimentam na igreja. "Eu acho que alegria melhor do que essa eu nunca vou ter mais", diz, emocionado.
Sua visão sobre a importância da catequese na vida das crianças é clara: "É essencial que elas cresçam em um ambiente religioso, pois isso contribui para o seu desenvolvimento como seres humanos íntegros". Roque acredita que ser catequista é mais do que uma tarefa; é um dom, um chamado que ele aceitou e honrou por toda a vida.
Em 2022, Roque enfrentou sérios problemas de saúde que o afastaram temporariamente da catequese. Após uma cirurgia na coluna, ele passou por momentos difíceis, mas se recuperou graças, segundo ele, a um milagre de Nossa Senhora Aparecida. Mesmo assim, seu espírito incansável não o deixou parar por muito tempo. Convidado a retornar à catequese, ele planeja recomeçar no próximo ano, com a mesma energia e dedicação de sempre.
Além de catequista, Roque também serve há muitos anos como Ministro da Eucaristia na Paróquia São Sebastião, e foi responsável pela decoração em procissões e eventos religiosos.
“Sou um homem de fé. Estive praticamente morto por dois meses. Nasci de novo e sei que foi um milagre. Minha fé me sustenta”, afirmou Roque.
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