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Feirantes com orgulho: a história de Raimundo e Nina

Casal trabalha nas feiras livres de Santa Cruz do Rio Pardo há mais de três décadas

25/08/2024 às 10h32 Atualizada em 25/08/2024 às 10h51
Por: Diego Singolani
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Raimundo e Nina atualmente trabalham em três feiras, além de manter uma banca de legumes, frutas e verduras em casa | Foto Diego Singolani
Raimundo e Nina atualmente trabalham em três feiras, além de manter uma banca de legumes, frutas e verduras em casa | Foto Diego Singolani

Seja nas manhãs de domingo ou nas noites de quarta-feira (agora também nas de quinta), um casal se destaca pela simpatia e atenção com a sua freguesia nas feiras livres de Santa Cruz do Rio Pardo.  Raimundo Aparecido Gimenez Torres, de 62 anos, e sua esposa, Maria Cleide Rosseto, mais conhecida como Nina, dedicam suas vidas a fornecer alimentos frescos, histórias e sorrisos para a comunidade há mais de 30 anos. Nesta reportagem especial em homenagem ao Dia do Feirante, celebrado em 25 de agosto, exploramos a trajetória e as reflexões desse casal que faz da feira não apenas um meio de vida, mas um palco de amizades.

Raimundo começou sua trajetória como comerciante ainda jovem, influenciado pelo pai, que já atuava no ramo. "Eu vendia verduras na rua quando era moleque", relembra. Após passar anos trabalhando em fábricas de calçados, ele retornou às origens com um empurrão do cunhado, que plantava verduras mas não tinha coragem de ir à feira. "Eu comecei, gostei da brincadeira e abandonei o serviço para virar feirante", diz Raimundo, que já atua na feira há mais de 30 anos.

Ao lado de Nina, o casal se consolidou como uma das mais tradicionais barracas de feira de Santa Cruz do Rio Pardo. Durante um período, eles também levavam seus produtos para Ipaussu e Manduri. Com o passar dos anos, e principalmente depois da pandemia, Raimundo e Nina se afastaram um pouco do ritmo frenético das feiras diárias e focaram mais em Santa Cruz. Nina ajuda Raimundo nos dias mais movimentados da feira dominical e também nas feiras da lua, além de cuidar da banquinha montada na casa da família, no Jardim Planalto. “Foi Deus que iluminou nossa mente, porque estavam cancelando as feiras devido a  pandemia. Daí montamos a banca em casa e graças a Deus deu certo”, explica Nina.

Para Raimundo, responsável por montar e desmontar a enorme estrutura que carrega em sua incansável Kombi, a maior dificuldade da vida do feirante é encarar as madrugadas frias e chuvosas. "Levantar cedo no dia que tá frio é difícil, mas tem que encarar, senão você não faz", comenta. No entanto, ele é rápido em apontar a grande recompensa do trabalho: "A feira é rica em amizade. É isso que vale a pena."

Nina, sempre mais extrovertida, vê o contato com os amigos e clientes como a melhor parte do trabalho. "Encontrar com os amigos, conversar o tempo inteiro, ver o cliente contente com a mercadoria, isso é o que mais me agrada", explica. Ela é o rosto e a voz da barraca, lembrando-se dos clientes, seus nomes e preferências, algo que Raimundo, mais reservado, não consegue acompanhar. "Se dependesse dele, não vendíamos nada", brinca Nina.

Assim como Raimundo e Nina são figuras tradicionais da feira, novas gerações começam a trilhar seus próprios caminhos. Ricardo Morguetti Neto, conhecido como Tiquinho, de 39 anos, trabalha na feira livre de Santa Cruz do Rio Pardo há dois anos e meio com o "Boteco Tico". Após se cansar da área de informática, decidiu investir na gastronomia, vendendo espetinhos e outros pratos. Seu negócio cresceu rapidamente, agora contando com uma equipe de nove pessoas e vendendo cerca de 850 espetinhos por semana. Além da feira de quarta-feira, ele também atende eventos com serviço de buffet. Para Tiquinho, a melhor parte do trabalho é a interação com o público, enquanto a chuva é o maior desafio.

Tiquinho decidiu seguir seu sonho e fundou o “Boteco Tico - Espetos Especiais” | Foto: Marcos Pellegatti

 

Marcos Roberto Alves, de 37 anos, e sua esposa Bárbara, de 42, comandam a "Kallebinho Delicias Churros e Cia" em Santa Cruz do Rio Pardo há três anos. Especializados em churros e raspadinhas gourmet, o casal começou o negócio durante a pandemia e hoje participa de feiras na cidade. A interação com o público é a parte que mais apreciam no trabalho.

 Maicon e a esposa Débora criaram a empresa pensando no futuro do filho | Foto: Diego Singolani

 

As feiras livres são muito mais do que simples locais de compra. São espaços de encontro, de troca e de valorização dos produtos locais. Em Santa Cruz do Rio Pardo, essa tradição se mantém viva graças ao trabalho incansável dos feirantes, que oferecem uma grande variedade de produtos. Neste domingo (25), celebramos a importância dessas feiras para a comunidade e homenageamos aqueles que as fazem acontecer.

Confira outros feirantes que participam da Feira da Lua às quartas-feiras:

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