Terça, 17 de Setembro de 2024
15°C 28°C
Santa Cruz do Rio Pardo, SP
Publicidade

Após morte brutal do pai, família clama por justiça

Condutora não prestou socorro, além de se recusar a fazer o bafômetro e o exame de sangue; Teste clínico indicou consumo de álcool

26/08/2024 às 10h57 Atualizada em 26/08/2024 às 11h17
Por: Diego Singolani
Compartilhe:
Após morte brutal do pai, família clama por justiça

Na noite do último dia 16 de agosto, a vida da família Santos foi drasticamente abalada por uma tragédia que ninguém estava preparado para enfrentar. João Basílio Ferreira dos Santos, conhecido como “Índio”, 59 anos, era um trabalhador rural dedicado e pai de família zeloso. Ele foi atingido por uma caminhonete enquanto voltava para casa na vicinal Plácido Lorenzetti, de moto, após um longo dia de trabalho. João não resistiu aos ferimentos e faleceu na Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo, deixando uma família devastada e em busca de justiça.

João era conhecido por sua dedicação à família e ao trabalho. Sua esposa, Ângela, e seus três filhos, Paulo, Cintia e Bianca, ainda estão tentando processar a perda repentina do pai, um homem que sempre esteve presente em suas vidas. Eles falaram com exclusividade ao página d. "Na infância, estávamos sempre juntos, desde os tempos do sítio, tirando leite de vaca, indo para a roça. Mesmo depois, ele sempre queria ver a gente reunido", relembra Paulo.

A união da família era um dos pilares de João. Ele gostava de passar os fins de semana no sítio com a esposa e os filhos, momentos que agora se tornaram memórias dolorosas. "Era um homem muito companheiro, simples, gostava de ver todos bem. A felicidade dele era quando a gente ia para o sítio, fazia o almoço de domingo e passava o dia lá", conta Bianca, com a voz embargada.

O dia que culminaria na tragédia começou como qualquer outro. Índio, após terminar o trabalho no sítio, deixou seu caminhão na empresa Solimã e foi a pé até o posto Confiança, no Distrito Industrial, para pegar sua moto e seguir para casa. Sua esposa havia lhe avisado para ir jantar, antes de irem juntos para a propriedade rural da família. Poucos minutos depois, próximo à escola SESI, uma caminhonete Hilux preta o atingiu violentamente. A condutora, Glauce Cristina Alves Gazola, fugiu sem prestar socorro, deixando João gravemente ferido na estrada.

Paulo foi o primeiro a receber a notícia. "Um amigo meu passou no bar e avisou que meu pai tinha sido atropelado. Peguei o carro e fui para o local. Quando cheguei, ele já estava sendo atendido pelo SAMU", relata. Apesar dos esforços da equipe médica, o estado de João era crítico. Por telefone, Paulo avisou as irmãs do ocorrido e todos seguiram para o hospital. "Horas depois, já na Santa Casa, nos disseram que ele tinha sofrido uma lesão cerebral grave devido a um afundamento do crânio. O médico avisou que ele não sobreviveria", completa Cintia.

A dor da perda é intensificada pela indignação com a impunidade. Glauce Alves foi localizada e detida pela polícia em sua residência, na Chácara Peixe, e encaminhada para o plantão da Central de Polícia Judiciária de Ourinhos. Porém, foi liberada horas depois, sem sequer ter o flagrante registrado. "Fico indignado que essa mulher esteja solta. Ela não parou para socorrer, arrastou a moto do meu pai por metros. Ela sabia o que tinha feito", desabafa Paulo, inconformado com a situação.

Os filhos de João acreditam que a motorista deve ser acusada de homicídio doloso. "Ela sabia o risco que estava correndo. Ela bebeu, assumiu o risco. Isso não pode cair no esquecimento. A gente quer que ela responda por homicídio doloso, porque foi exatamente isso que aconteceu", afirma Paulo. Glauce se recusou a fazer o bafômetro e também o exame de sangue. O teste clínico, no IML de Ourinhos, indicou hálito etílico e sinais de consumo de álcool, porém, não atestou a embriaguez da suspeita.

A família está inconsolável e exige que a justiça seja feita. "Acabou com a vida do meu pai, acabou com a nossa família. Não dá para entender como alguém que comete um crime desses não é mantido preso", questiona Bianca.

Apesar do luto e da dor, os filhos de João permanecem firmes em sua luta por responsabilizaçao da motorista. "O mínimo que esperamos é que ela pague pelo que fez. Isso não pode cair no esquecimento", conclui Cintia.

Assista a entrevista exclusiva: 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários