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Morte do jogador uruguaio acende alerta para riscos cardíacos em jovens atletas

Cardiologista André Marsola fala sobre arritmias e a importância de exames preventivos

05/09/2024 às 20h19
Por: Diego Singolani
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André Marsola recomenda avaliações periódicas para praticantes de esportes intensos | Foto: Marcos Pellegatti
André Marsola recomenda avaliações periódicas para praticantes de esportes intensos | Foto: Marcos Pellegatti

A trágica morte do zagueiro uruguaio Juan Izquierdo, do Nacional, ocorrida após uma parada cardíaca em jogo contra o São Paulo, no Morumbi, despertou uma discussão crucial sobre problemas cardíacos em jovens atletas. Izquierdo (27), sofreu uma arritmia durante a partida e, apesar dos esforços médicos, não resistiu, falecendo após cinco dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. 

Para entender melhor os riscos e as causas de arritmias em pessoas jovens e aparentemente saudáveis, a reportagem conversou com o cardiologista André Marsola, especialista em arritmias cardíacas. Ele destaca que as arritmias podem ser divididas em dois grupos principais: as benignas, que geralmente não causam sintomas e não representam perigo, e as malignas, que podem levar a situações graves, como falta de ar, dores no peito e até morte súbita.

Marsola explica que os fatores de risco para problemas cardíacos em jovens podem ser tanto genéticos quanto adquiridos ao longo da vida. "Um exemplo típico de causa de arritmia é a Síndrome de Brugada, que é de origem genética e pode ser diagnosticada através de um eletrocardiograma," detalha. Outras condições genéticas também podem predispor uma pessoa a ter arritmias malignas, mesmo em um coração estruturalmente normal, como parecia ser o caso de Izquierdo, cujos exames anteriores não haviam detectado problemas.

Contrariando a ideia comum de que exercícios físicos são sempre benéficos, André Marsola alerta que atividades de alta intensidade, especialmente em atletas de elite, podem aumentar o risco de arritmias cardíacas. "Enquanto a prática de atividade física reduz o risco de infartos, ela pode desencadear arritmias em pessoas predispostas, devido ao aumento da frequência cardíaca," esclarece.

Para pessoas que praticam esportes regularmente, Marsola recomenda avaliações cardíacas periódicas, incluindo exames como eletrocardiograma, Holter, ecocardiograma e teste ergométrico. “A frequência e o tipo de exame dependem de uma avaliação médica inicial, que deve ser realizada antes do início das atividades físicas intensas,” ressalta o cardiologista.



Sinais de alerta e prevenção

André Marsola destaca que, embora os atletas sejam frequentemente monitorados, indivíduos que não praticam exercícios físicos regularmente também estão em risco de desenvolver problemas cardíacos. “Sintomas como dor no peito, arritmia, cansaço excessivo e sensação de batedeira podem indicar problemas cardíacos subjacentes e devem ser investigados imediatamente", orienta. Ele reitera a importância de um estilo de vida saudável, incluindo dieta balanceada e a prática regular de atividades físicas, como medidas preventivas essenciais para a saúde do coração.

 

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