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Seis meses antes do acidente fatal, Mamonas esteve em Santa Cruz na extinta Expopardo

Grupo estava no auge das paradas de sucesso, com mais de 3 milhões de discos vendidos

05/09/2024 às 20h26
Por: Redação
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Lider dos "Mamomas", Dinho dá entrevista no recinto da Expopardo em 1995 | Foto: Arquivo/ Jornal Debate
Lider dos "Mamomas", Dinho dá entrevista no recinto da Expopardo em 1995 | Foto: Arquivo/ Jornal Debate

A presença da banda Mamonas Assassinas na última edição da feira agropecuária Expopardo, em 1995, marcou para sempre o imaginário de toda uma geração de santa-cruzenses. A irreverência e o carinho com o público ensandecido são lembrados até hoje, principalmente por quem era criança e adolescente naquela época. A passagem teve ainda fatos inusitados, como a assinatura dos músicos em um abaixo-assinado promovido pela professora Marci do Valle Brondi, que buscava o tombamento do prédio do primeiro Grupo Escolar da cidade. A história foi relatada em reportagem do jornal Debate de 2018.

A professora Marci, então delegada de ensino, havia montado um estande na Expopardo para coletar assinaturas em prol da preservação do histórico prédio, projetado pelo renomado arquiteto Ramos de Azevedo no início do século XX. Entre as mais de 1.300 assinaturas, destacavam-se os nomes dos integrantes dos Mamonas Assassinas, incluindo Dinho, que assinou simplesmente com seu nome de palco e indicou “Tremembé” como endereço.

Outra curiosidade: o contrato dos Mamonas Assassinas com a Expopardo foi assinado um ano antes do evento, quando a banda ainda era relativamente desconhecida. Por isso, o cachê pago à época foi considerado modesto, especialmente se comparado ao valor que os Mamonas cobravam após o estouro de seu sucesso nacional. A contratação antecipada garantiu que Santa Cruz do Rio Pardo pudesse presenciar uma das apresentações mais lotadas da feira, com recorde de público.

A irreverência e o bom humor dos Mamonas não passaram despercebidos na cidade. Além de assinarem o documento, interagiram com os fãs e trouxeram um pouco de leveza e descontração ao movimento de preservação histórica. O esforço de Marci e o apoio de personalidades como os Mamonas Assassinas resultaram, anos depois, no tombamento do prédio, garantindo que uma parte da memória de Santa Cruz fosse preservada - nos dias de hoje, infelizmente, o prédio está fechado e sem destinação. 

A banda formada por Dinho, Júlio César Barbosa, Samuel Reis de Oliveira, Sérgio Reis e Bento Hinoto encerrou sua história de forma trágica, menos de seis meses após a apresentação em Santa Cruz, em um acidente aéreo na Serra da Cantareira. Em 2023, foi lançado o longa “Mamonas Assassinas - O Filme”, que conta parte da história deste fenômeno da música brasileira.

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