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Coluna do Franco

16/09/2024 às 00h46
Por: Colunista Fonte: Franco Catalano
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Foto de fundo: Reprodução/ Idea zarvos
Foto de fundo: Reprodução/ Idea zarvos

Entre memes e fofocas, saem conversas profundas entre minha amiga Adriane e eu. Ela, urbanista no diploma e na essência, eu, arquiteto, discutimos sobre construções, mas sobretudo acerca de cidades. Sua crise mais recente inclui críticas à nova geração de prédios dos bairros “cool” de São Paulo, principalmente os da Vila Madalena, onde cada lançamento clama para si o título de novo ícone da região.

Projetos de fato arrojados, bem resolvidos e bem executados, mas se em uma mesma zona há vários ícones, não estariam de fato todos berrando e ninguém se ouvindo? É isso que diz Luiz Villanova quando chama esta competição entre monumentos não monumentais de “zoológico de elefantes brancos”.

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Adriane defende, com razão, que nem todo projeto precisa gritar, inovar ou destacar-se da multidão. Questiona os incorporadores e projetistas que deixam seus egos se sobreporem a um harmônico conjunto espaço-visual urbano. Paris, Nova York, Buenos Aires, Barcelona, Londres e também áreas históricas das cidades coloniais brasileiras, como Salvador, Tiradentes, Paraty e até mesmo a charmosa vila de Trancoso não carecem de mais símbolos e monumentos. O equilíbrio entre a homogeneidade volumétrica das construções e um traçado urbano que não ignora espaços públicos permite que surjam monumentos que se destacam na paisagem e se tornam verdadeiros referenciais de localização ou até mesmo da cultura local, como a Torre Eiffel ou a Sagrada Família de Gaudí.

Aldo Rossi, Denise Scott-Brown e Robert Venturi, grandes teóricos da arquitetura, coincidem na crítica à abstração total defendida pelos princípios modernistas. Essa abstração formal refletiu fortemente tanto na trama do tecido urbano quanto nas edificações que compõem as cidades desenvolvidas ao longo dos séculos XX e XXI. O resultado está à plena vista: nossas cidades tornaram-se ilegíveis. Clamam por prédios neutros, momentos de silêncio numa sinfonia caótica que se tornaram.

 

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*Coluna publicada da edição impressa do dia 07 de setembro de 2024

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Franco Catalano
Sobre o blog/coluna
Franco Catalano é santacruzense, Arquiteto Urbanista pela UEL, com graduação sanduíche em Madri (CEU-USP, 2015) pelo Ciência sem Fronteiras, com ênfase em História da Arquitetura, Patrimônio Histórico e Artes Visuais. É Conselheiro Estadual do CAU/PR, Diretor Institucional da ACIL Jovem e membro do grupo Novo Centro (Londrina-PR). Atuou durante três gestões no Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UEL, foi professor em cursinhos solidários em Londrina. Assinou uma coluna de arte, cultura e cotidiano no Jornal Debate de 2020 a 2023. Em 2020, foi premiado com o 3° lugar no Prêmio CURA - Museu da Democracia. Atua em escritório próprio (Estúdio Bolha Arquitetura e Interiores) desde 2017, especializado em retrofit de edifícios verticais e projetos residenciais e comerciais.
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