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Otacílio se recusa a participar de debate promovido pela OAB de Santa Cruz

Organizadores lamentaram desistência e reafirmaram transparência e imparcialidade

16/09/2024 às 07h01 Atualizada em 16/09/2024 às 07h34
Por: Redação
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Foto: Cássia Peres
Foto: Cássia Peres

O candidato à prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, Otacílio Assis (PL), recusou-se a participar do debate programado para o dia 3 de outubro, organizado pela 128ª Subseção da OAB, jornal página d e TV Santa. A decisão veio após discordâncias sobre uma regra que previa a presença de assessores no local, um procedimento comum em debates eleitorais, mas que foi ponto de intransigência para Otacílio. O evento, que prometia proporcionar um confronto de ideias entre Otacílio e o atual prefeito, Diego Singolani (PSD), foi cancelado devido à desistência do candidato.

A organização do debate realizou uma reunião com ambos os políticos na manhã de quarta-feira, 11, para apresentar as regras e discutir possíveis ajustes. De acordo com Daniel Piccinin Pegorer, presidente da 128ª Subseção da OAB, o processo foi aberto para sugestões, com o intuito de garantir a igualdade de condições e a imparcialidade.

Duas  alterações propostas por Otacílio foram aceitas por Diego e atendidas pela organização: a mudança na posição dos candidatos durante a dinâmica de perguntas e respostas e a autorização para que todos os veículos de imprensa, incluindo aqueles ligados às campanhas, pudessem participar da cobertura do evento. A única solicitação de Diego Singolani, que propunha a inclusão dos vices no debate, foi negada pela organização – um ponto que também atendia a um desejo prévio de Otacílio, que já havia se posicionado publicamente contra o debate dos vices.

No entanto, a discussão sobre a presença de assessores acabou sendo o principal impasse. A organização previa que cada candidato poderia ter até cinco assessores presentes, sem acesso a celulares ou dispositivos eletrônicos, ou qualquer outro material de apoio, com possibilidade de serem consultados apenas nos intervalos, uma prática comum em debates eleitorais para garantir suporte estratégico aos candidatos sem influenciar diretamente no conteúdo das discussões.

Otacílio, no entanto, foi enfático em sua recusa à regra dos assessores, afirmando que teria desvantagem em relação ao adversário, por acreditar que os assessores de Diego, sendo funcionários da Prefeitura, teriam acesso a dados mais atualizados. “O prefeito terá assessores que trabalham na prefeitura, têm acesso a dados atualizados que nós não temos. O Portal da Transparência não está atualizado. Teríamos desvantagem. Debate sem assessor!”, insistiu Otacílio.

O prefeito Diego, então, se manifestou pedindo para que a regra proposta pela organização fosse respeitada. Os organizadores, por sua vez, diante da falta de consenso entre os candidatos neste aspecto, decidiram fazer prevalecer a regra previamente definida. "Reunimos os dois candidatos e seus assessores para apresentar as regras, que poderiam ser flexibilizadas em pontos que não comprometessem a isonomia e desde que houvesse consenso entre ambos. Porém, quando chegamos à questão dos assessores, tanto a OAB quanto o jornalista Diego Singolani foram firmes em manter essa prática comum em debates. Acreditamos que isso não gera qualquer desvantagem para um dos lados", afirmou o advogado Daniel Piccinin Pegorer.

O prefeito Diego Singolani, em entrevista à Rádio Difusora, lamentou a ausência de Otacílio no debate. “Ele queria propor as regras à sua maneira, mas isso não foi aceito pela organização. Lamentamos a ausência, pois aceitamos todas as regras estabelecidas pela OAB, uma instituição séria, assim como respeitamos os veículos de imprensa que estariam presentes. Infelizmente, o grupo de oposição não quer transparência e não quer debater”, declarou.

Diego Singolani, diretor do jornal página d e um dos organizadores do debate, reforçou o compromisso da organização com a imparcialidade. “O candidato não é obrigado a aceitar as regras e nem a participar do evento. Isso é um direito dele. O que jamais vou admitir, enquanto jornalista, é que qualquer político tente impor sua vontade de maneira intransigente, desrespeitando seu oponente e, principalmente, a organização. Nunca me submeti a arbitrariedades políticas e não seria agora que o faria”, afirmou o jornalista.

A OAB e o jornal página d lamentaram o cancelamento do debate, destacando que a maior prejudicada é a população, que perde a oportunidade de assistir a um confronto direto de propostas entre os candidatos. Em nota oficial, as entidades organizadoras reafirmaram o compromisso com a transparência e a igualdade de condições entre os candidatos, ressaltando que a decisão de não realizar o debate foi exclusivamente de um dos candidatos, ao recusar uma das regras estabelecidas.

Foto: Marcos Pellegatti

 

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