Passam-se os anos, apagam-se as velas e a rodoviária de Santa Cruz permanece péssima. Havia projeto para a construção de um nova estrutura, custeada em grande parte pelo governo do Estado, mas o ex-prefeito Otacílio enterrou a proposta e devolveu R$ 700 mil ao Palácio dos Bandeirantes. Ninguém nunca mais cuidou do terminal. É hora de pensar alternativas.
Uma boa ideia envolve conceder a gestão da rodoviária à iniciativa privada. Não se trata de privatização nem nada disso. É questão lógica: se a prefeitura não manter o local em boas condições, que pague alguém para fazê-lo. Neste aspecto, avalio, o caminho pode passar por uma parceria público-privada - a chamada PPP.
Explico: o governo abre edital de concorrência, delimitando uma área para se construir um novo terminal, e delega a uma empresa ou consórcio empresarial a responsabilidade de se erguer a estrutura.
A prefeitura não desembolsaria um tostão para construir o prédio, responsabilidade única e exclusiva do vencedor do certame. Vantagem disso é que o ente privado não precisa se submeter às burocracias que emperram obras públicas e provavelmente terminaria a nova rodoviária com maior agilidade do que o serviço público.
Como nada vem de graça, o vencedor do certame assumiria a gestão do terminal por prazo determinado - um cálculo que envolve quanto desembolsou para construir o terminal somado a uma margem necessária de lucro.
Provavelmente as receitas auferidas na manutenção do terminal não seriam suficientes a curto ou médio prazo. Mas a própria PPP prevê mecanismos contra o problema. Isto é: a prefeitura poderia fazer repasses graduais à concessionária para cobrir eventuais prejuízos.
A proposta é polêmica, óbvio, mas Santa Cruz precisa discutir o que fazer com sua rodoviária - o cartão postal da cidade, lamentavelmente abandonado.
*A opnião dos nossos colunistas não refletem, necessariamente, a opnião do jornal página d.
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