Irmãs trabalham juntas em lava rápido e superam desafios: inclusive a surdez

Em um lava rápido na Avenida Tiradentes, em Santa Cruz do Rio Pardo, duas irmãs se destacam em uma profissão tradicionalmente associada aos homens. Amanda Rafaela da Silva (29) e Michele Laiana da Silva (36) trabalham diretamente na operação do negócio. Elas, junto ao marido de Amanda, Matheus, desafiam preconceitos e mostram que o mercado de estética automotiva também é lugar para mulheres.

O que torna essa história ainda mais singular é que Michele é surda desde o nascimento. A deficiência auditiva, resultado de uma complicação durante a gestação de sua mãe, nunca impediu Michele de atuar de forma ativa e eficiente. “Ela faz todo o trabalho normalmente. A única coisa que faço é revisar alguns detalhes. A Michele cuida dos plásticos, vidros e parte interna dos carros”, conta Amanda.

Elas cresceram juntas, e a irmã mais nova teve um papel importante no desenvolvimento de Michele. Segundo Amanda, ela foi planejada pelos pais para que Michele tivesse uma companhia com quem pudesse se comunicar e se relacionar. “Desde pequenas fomos muito próximas. A Michele cuidou de mim”, comenta.

Em uma área ainda dominada por homens, as irmãs enfrentaram situações em que clientes desconfiavam de sua capacidade. “No começo, muitos clientes preferiam falar com meu marido. Hoje, eles vêm direto a nós, já entendem que somos nós as responsáveis pelo serviço”. A empresária revela que sempre faz questão de dar a última revisão antes de liberarem os veículos. “Nós mulheres temos um cuidado especial com os detalhes de limpeza. Temos um olhar mais apurado tambem”, diz. 

A rotina em família também tem seus desafios, e Amanda admite que, às vezes, surgem desentendimentos. "A gente se estressa, claro, mas logo conversa e resolve. O importante é manter o foco no trabalho. O amor sempre prevalece", afirma.

Apesar das adversidades, Amanda e Michele têm conquistado cada vez mais o respeito e a confiança dos clientes, mostrando que competência e dedicação não têm gênero. As duas irmãs seguem quebrando estereótipos e mostrando que o setor de estética automotiva tem espaço para quem se dedica, independente das limitações ou preconceitos que possam existir.