As sociedades têm como hábito usar estórias e histórias para enviar mensagens e (ou de) virtudes aos seus membros.
Jesus, por exemplo, contava parábolas (figuras de estilo para transmitir os preceitos religiosos para seus seguidores.
Mas qual é a mensagem que a política municipal está enviando aos seus eleitores no pleito de 2024?
Péssima. A disputa política de 2024 mostrou o que há de pior nos seres humanos.
Ao invés de apenas discutirem propostas para a cidade, alguns políticos e seus correligionários estão tão desvairados que até mesmo jornalistas foram atacados pelo simples exercício da profissão, com menções, inclusive, a assuntos que não fazem parte do interesse público.
A história das eleições de 2024 será contada como uma das mais sujas das últimas décadas na cidade, muito embora a população esteja alheia à campanha sórdida empregada por alguns.
Os ataques à imprensa e aos candidatos, inclusive por meio de pessoas interpostas e com ardis, maltrata o Estado Democrático de Direito e macula a disputa eleitoral. Os jornalistas são os olhos da nação. A boa política é a maneira pela qual os representantes (ou candidatos a) agem em conformidade às leis e aos preceitos morais. Sem jornalistas e sem boa política, prevalecem a desordem, a criminalidade e o tumulto.
Vê-se, portanto, que o código moral de alguns políticos precisa ser revisto. A campanha eleitoral não precisa (e nem pode ter) de violência (verbal ou física) contra os profissionais da imprensa e contra os adversários. Nem abordagens escusas ou fofocas sobre as intimidades alheias (a não ser em caso de violências domésticas e discurso de ódio, que devem ser levadas até às autoridades competentes – se, por acaso, um candidato bateu na mulher, deve ser exposto).
A história das eleições de 2024 deixará um recado para as gerações futuras: vale tudo para obter um mandato. Vale espalhar fake news, atacar a imprensa, espalhar “prints” de adversários, burlar a legislação eleitoral e adotar o famoso “jeitinho brasileiro”, uma locução absurda e imoral, forjada conforme o tempo, que simboliza a (indevida) vantagem decorrente do descumprimento de alguma lei ou preceito moral. Em outras palavras, é a malandragem “do bem” (?!), que “autoriza” o desrespeito às regras para a obtenção de alguma conquista pessoal.
E de jeitinho brasileiro em jeitinho brasileiro, as eleições vão se sucedendo com os mesmos resultados de sempre: má política e má administração. Vale a pena?
*Coluna publicada da edição impressa do dia 28 de setembro de 2024
*A opnião dos nossos colunistas não refletem, necessariamente, a opnião do jornal página d.
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