A cidade de Santa Cruz do Rio Pardo tem registrado um aumento preocupante nos casos de cinomose canina, uma doença viral altamente contagiosa que afeta exclusivamente cães. De acordo com o médico veterinário Renan Buzolim (33), a cinomose tem apresentado uma curva ascendente em 2024, após anos de controle mais eficaz devido à vacinação.
"A cinomose pode ser prevenida com a vacina, que é essencial para evitar complicações severas, como convulsões, problemas neurológicos e até a morte", alerta o profissional. Renan enfatiza que a vacinação é mais acessível hoje, com opções de doses nacionais e importadas. "Na clínica optamos pelos imunizantes importados. O importante é manter o calendário de vacinas atualizado, especialmente com os reforços anuais."
Os primeiros sintomas da cinomose incluem secreções nos olhos, tosse e secreção nasal. À medida que a doença avança, o quadro pode evoluir para lesões na pele, diarreia, vômitos e, em casos mais graves, distúrbios neurológicos como convulsões e tremores musculares. O diagnóstico, segundo Renan, deve ser feito de forma rápida, utilizando testes específicos e exames laboratoriais.
"A identificação precoce é crucial para aumentar as chances de recuperação do animal", explica Renan. "Por isso, os tutores devem ficar atentos aos sinais, como o ressecamento do focinho e das patas, que são característicos da doença."
Renan alerta que o tratamento para cinomose, além de caro, é limitado a cuidados paliativos, uma vez que não existe cura definitiva. "Quando o animal chega à fase neurológica, o prognóstico é muito ruim, e mesmo que ele sobreviva, pode ficar com sequelas, como paralisia ou cegueira", completa. "Por isso, é essencial que os donos mantenham a vacinação em dia."
Ele também destacou a importância de desinfetar ambientes onde houve casos de cinomose, inclusive com fogo, pois o vírus pode permanecer ativo por um longo período. "É uma questão de segurança para outros animais", adverte o veterinário.
Dia do Veterinário
Em comemoração ao Dia do Veterinário, celebrado em 9 de setembro, Renan reflete sobre a profissão e sua trajetória. "Desde pequeno, via meu padrinho, que fundou nossa clínica em 1980, e me inspirava a seguir na profissão", conta Renan, que hoje divide a responsabilidade da clínica com seu sócio, Gustavo Kramer Negrão.
"Ser veterinário não é só gostar de animais, é cuidar da saúde deles e também lidar com os tutores", diz Renan. Ele compartilha que o avanço da medicina veterinária tem permitido diagnósticos mais rápidos e precisos, mas também ressalta que o vínculo emocional com os pacientes torna as perdas mais difíceis. "Acompanhamos os animais durante toda a vida, o que torna o adeus sempre mais doloroso, mas fazemos o possível para garantir o melhor tratamento."
*Matéria publicada da edição impressa do dia 28 de setembro de 2024
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