O prefeito Diego Singolani (PSD) anunciou que planeja encerrar a intervenção na Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo ainda este ano. Durante uma recente entrevista ao página d, ele destacou a importância dessa medida e os avanços que têm sido feitos em relação à administração do hospital, apesar das dificuldades financeiras.
A intervenção na Santa Casa foi iniciada em 2020, durante a gestão do então prefeito Otacílio Assis (PL), que justificou a ação com a necessidade de evitar que a instituição "fechasse as portas". Na época, foi descoberto um rombo total que chegava a R$ 26 milhões, valor muito maior do que a prefeitura imaginava.
"Eu promovi a ideia da intervenção na Santa Casa. Eu era secretário de Saúde na época e, após visitar alguns hospitais sob intervenção e conversar com provedores, convenci a todos de que esse era o melhor modelo temporário para a Santa Casa", afirmou Diego.
O atual prefeito ressaltou que, desde a intervenção, a prefeitura tem encaminhado valores que variam de R$ 300 mil a R$ 600 mil por mês para custear a folha de pagamento do hospital. Esse apoio financeiro tem sido fundamental para a continuidade dos serviços prestados pela instituição. Entretanto, Diego pondera que, recentemente, o governador Tarcísio de Freitas lançou a "Tabela SUS Paulista", que visa melhorar a remuneração para os hospitais, prevendo um aumento de até R$ 600 mil na receita da Santa Casa. A tabela foi implementada justamente com o objetivo de garantir um repasse mais justo e adequado pelos serviços prestados. Na visão do prefeito, a nova tabela pode garantir a autonomia da instituição.
"A Tabela SUS Paulista vai aumentar significativamente o recurso para a Santa Casa, próximo ao que a prefeitura encaminha atualmente. A proposta será apresentada ao Ministério Público para que o órgão possa avaliar se a intervenção continuará ou não", explicou Diego.
Cabendo ao Ministério Público decidir sobre a continuidade ou não da intervenção, o prefeito acredita que a Santa Casa está pronta para deixar esse modelo de gestão. "Eu fiz uma reunião com o conselho de administração antes das eleições, propondo retirar a Santa Casa da intervenção. Justamente para não dar nenhuma conotação política. Eles preferiram esperar o resultado das eleições", afirmou.
Diego também fez questão de ressaltar a importância de uma gestão independente para o hospital. "A Santa Casa precisa ter chefe, líder, patrão, empresário, sociedade civil, para que não se perca a sua finalidade estatutária", declarou.
O respeito à figura do médico Jonas Jovanolli Filho, atual responsável técnico da Santa Casa, foi outro ponto abordado pelo prefeito. Jonas se posicionou publicamente em apoio a Diego durante a campanha eleitoral e, segundo o prefeito, estaria sofrendo represálias. "Ele não deve ser agredido ou perseguido dentro da entidade. Devemos reconhecer o trabalho dele, especialmente no período crítico da pandemia", enfatizou.
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