Recentemente, a saúde pública brasileira foi abalada pela notícia de que seis pessoas, entre sócios e funcionários do laboratório PCS Labs Saleme, no Rio de Janeiro, foram presas por suposta responsabilidade na liberação de órgãos infectados com HIV para transplante. Embora casos extremos como esse sejam raros, eles trazem à tona a urgência de se discutir a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a AIDS e a sífilis, que têm mostrado um crescimento preocupante em várias partes do Brasil, incluindo Santa Cruz do Rio Pardo.
De acordo com dados fornecidos por Carol Mariano, chefe do setor de epidemiologia da secretaria de Saúde, os casos de AIDS apresentaram estabilidade desde 2013, conforme demonstrado na tabela abaixo:
Segundo Carol, embora tenhamos visto uma estabilidade nos casos de AIDS, isso não é motivo para alívio. Muitos diagnósticos são feitos tardiamente, muitas vezes quando os pacientes já apresentam sintomas avançados.
Em contrapartida, os dados mostram um aumento significativo nos casos de sífilis na região. A tabela abaixo ilustra esse crescimento:
“Estamos observando um crescimento nos casos de sífilis, que em 2023 totalizaram 66 notificações”, afirmou Carol. “Esse aumento reflete uma mudança preocupante, especialmente quando consideramos que a desinformação e a falta de prevenção, como o não uso de preservativos, são fatores cruciais para essa alta incidência”, alerta.
As campanhas de prevenção têm sido intensificadas, especialmente durante o evento "Fique Sabendo", que é realizado nacionalmente em dezembro e consiste na oferta de testagens rápidas para sífilis, HIV e hepatites virais. “A resposta da população frente a essas campanhas nos anos anteriores tem sido satisfatória em relação ao número de testagens, mas ainda precisamos fazer mais”, destacou Carol.
A profissional salienta que o serviço de saúde do município conta com uma equipe multiprofissional dedicada ao atendimento de pessoas vivendo com HIV/AIDS e hepatites virais. “A educação e o tratamento contínuo são essenciais para controlar a epidemia. Precisamos desmistificar a doença e combater o estigma, discutindo o HIV/AIDS com empatia e desafiando mitos e preconceitos”, disse.
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