O vereador Juninho Souza (União Brasil) causou polêmica ao fazer declarações de cunho homofóbico durante entrevista à Rádio 104 FM nesta quinta-feira, 31. Em críticas direcionadas ao vereador Professor Duzão (PSOL) e ao seu partido, Juninho, que deseja se tornar o próximo presidente da Câmara Municipal, fez comentários que criticam a união homoafetiva. "Homem com homem e mulher com mulher é errado!" foi uma das frases controversas ditas ao vivo.
A entrevista teve como contexto a disputa pela presidência da Câmara a partir do ano que vem. Juninho Souza já manifestou seu desejo de assumir o cargo e conta com o apoio dos sete vereadores eleitos junto a ele pelo grupo do prefeito eleito Otacílio Assis (PL). Nos últimos dias, no entanto, os cinco vereadores eleitos pela futura oposição têm se articulado para tentar conquistar apoio e alterar o cenário da eleição interna, visando atrair votos dos “aliados” de Juninho.
Ao rebater declarações recentes do Professor Duzão, Juninho afirmou confiar em seus aliados na Câmara: "Se eu fosse depender do Duzão, estaria lascado, porque ele e o partido dele não são confiáveis. É extrema esquerda". Foi nesse contexto que começaram as declarações consideradas de teor homofóbico.
"Duzão é do PSOL, o partido das trevas, que apoia a liberação das drogas, o aborto, casamento entre homem e homem e mulher e mulher. É um partido que não acredita em Deus. Professor Duzão não tem Deus como base; eu tenho Deus como base. Ele lê artigos de budismo (sic) da sessão, e isso é contra nossa fé", disse Juninho.
Em outro trecho polêmico, Souza afirmou ter familiares que se identificam como homossexuais: "Tenho um irmão e uma irmã que são homossexuais. Pergunte ao meu pai se ele é feliz com isso? Pergunte a qualquer pai e mãe que têm um filho que seguiu por esse caminho. A gente aceita, mas ninguém quer".
Questionado pelo jornalista Dario Miguel sobre se suas falas não seriam preconceituosas, Juninho negou: "Cada um faz o que quer da vida. Eu tenho muitos amigos homossexuais. É mais fácil eu me dar bem com eles do que com os outros”, alegou.
Mais adiante, ao ser confrontado novamente por mensagens dos ouvintes enviadas via WhatsApp, ele reafirmou sua posição: "Eu tenho princípios morais e princípios bíblicos. Tenho 15 irmãos, e nosso pai sempre explicou para nós que homem com homem e mulher com mulher não é certo. A gente não abre mão dos princípios bíblicos. Pode perguntar a qualquer pastor e padre se eles abrem mão", ratificou.
Homofobia é crime
A homofobia é considerada crime no Brasil desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou atos de discrimização por orientação sexual e identidade de gênero ao crime de racismo, previsto na Lei nº 7.716/1989. São consideradas práticas homofóbicas qualquer forma de hostilidade, violência, discurso de ódio, discriminação ou tratamento diferenciado e depreciativo contra pessoas com base em sua orientação sexual ou identidade de gênero. Dessa forma, atos de preconceito, injúria e discriminação contra pessoas LGBTQIA+ podem resultar em penalidades legais, que variam de multas a penas de reclusão. A decisão do STF representa um marco na defesa dos direitos humanos no país e visa combater o preconceito enraizado que ainda persiste em diversos setores da sociedade, inclusive em espaços públicos e na política.
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