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Umbanda realiza rito inédito de Finados no cemitério de Santa Cruz

Comunidade celebra a memória dos antepassados com cânticos e homenagens, promovendo respeito e visibilidade à tradição religiosa

02/11/2024 às 20h27 Atualizada em 03/11/2024 às 15h48
Por: Diego Singolani
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Templo Soldados de Aruanda e Casa Martins Pescador participaram da celebração | Foto: Reprodução
Templo Soldados de Aruanda e Casa Martins Pescador participaram da celebração | Foto: Reprodução

Neste sábado (2), Dia de Finados, o cemitério de Santa Cruz do Rio Pardo foi palco de um rito inédito promovido pelo Templo de Umbanda Soldados de Aruanda, localizado no bairro da Estação. A celebração uniu fé e tradição, reforçando a conexão espiritual com os ancestrais. “É um rito dedicado àqueles que perdemos em matéria, mas que acreditamos que ainda vivem em espírito. Foram realizados os cânticos de nossos orixás e entidades pertencentes a esse ponto de força, o qual chamamos de “calunga” (cemitério)”, explica Pai Júnior.

A celebração, idealizada pela “curimbeira” da casa — médium responsável pelo canto e pela sustentação da gira —, trouxe cânticos e homenagens que ecoaram pelo cemitério, promovendo uma forte conexão espiritual. “O projeto foi idealizado e protocolado pela minha filha de santo, para que pudéssemos louvar os nossos em praça pública”, destaca o líder espiritual.

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A presença da Casa de Umbanda do Martin Pescador, dirigida por Lucas Mateus, professor de capoeira na ONG Acogelc, também marcou a ocasião. “Eles trouxeram seus atabaques e muito axé para o evento”, comentou Pai Junior, evidenciando a união entre diferentes casas e a força da tradição.

Cânticos foram entoados no Cemitério Municipal | Foto: Reprodução

O orixá Nanã, frequentemente lembrada nesse período, simboliza sabedoria e o ciclo da vida e da morte. Pai Junior elucidou a importância dessa figura: “Um dos orixás muito reverenciado neste dia é Nanã, a mais velha e sábia de todos. Para nós, a morte também significa um encontro com essa poderosa orixá, uma passagem, ainda que dolorosa para quem fica, mas essencial para a manutenção da vida aqui na Terra. Louvar essa orixá é entender que existe o nascimento, crescimento, vida e a morte de tudo nessa existência.”

Apesar de olhares de estranheza por parte da comunidade, Pai Junior valoriza a crescente aceitação e respeito ao culto umbandista. “Posso dizer que estamos conseguindo espaço para nosso culto. Por Zambi (nome da divindade suprema na Umbanda, também conhecida como Deus-Pai ou deus criador), não fomos alvo de nenhum tipo de intolerância. As pessoas estão conseguindo olhar com outros olhos”, afirmou. Ele destacou que, embora as religiões de matriz africana ainda enfrentem desafios, houve avanços: “Antes de intolerância religiosa, o que sofremos na verdade é um racismo religioso, por ser uma religião trazida por ancestrais pretos. O respeito acontece, se por consciência ou por medo da lei, não sei. Mas a luta é grande ainda”, diz.

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