A educação de Santa Cruz do Rio Pardo enfrenta a possibilidade de iniciar o ano letivo de 2025 sem material didático em mãos. A informação foi confirmada pela própria Secretária Municipal de Educação, Thatiane Carvalho, em entrevista concedida nesta segunda-feira (4) à rádio Band FM. A situação ocorre devido a um impasse na aquisição do novo material, aliado à insuficiência de equipamentos tecnológicos necessários para adotar o sistema digital do sexto ao nono ano, proposto pelo Governo Estadual.
Segundo Thatiane, a única opção viável para garantir o material físico aos alunos no próximo ano passa por um processo de licitação. Ela explica que a implementação do material fornecido pelo Estado esbarra na falta de infraestrutura adequada nas escolas municipais. "A gente não têm equipamentos tecnológicos suficientes para trabalhar com esse material digital. Então, a melhor saída é licitar um modelo tradicional", destacou.
A secretária relembrou experiências em outras cidades, onde o ensino totalmente digital não se mostrou eficaz, levando a reclamações e à necessidade de retorno ao material impresso. "Eu também acho que o modelo físico é mais produtivo para as crianças", pontuou. O desafio técnico também se agrava devido ao atual cenário de propostas de leis na Assembléia e no Congresso que visam restringir o uso de celulares nas escolas, o que, segundo Carvalho, apenas reforça a necessidade de manter o material físico.
As dúvidas sobre o material didático também é passam pela necessidade de adequação aos apontamentos do Tribunal de Contas, que determinou a substituição do sistema de ensino adotado atualmente pela prefeitura, o Opet.
"Estamos, agora, em um processo de transição que visa atender a essas recomendações, mas estamos enfrentando entraves", ressaltou a secretária.
Questionada sobre a possibilidade de o material não estar pronto até o início do próximo ano letivo, Thatiane demonstrou cautela. Ela afirmou que o cumprimento do prazo depende diretamente da celeridade do processo licitatório, que ainda está sujeito a recursos e contestações que podem retardar sua conclusão. "Há risco, sim, mas eu acredito que, no máximo, em março, tudo esteja resolvido, dependendo de como vai rodar a licitação", afirmou.
Para Thatiane, a implantação de um sistema exclusivamente digital ainda é inviável nas escolas municipais. Ela destacou que muitos alunos não dispõem de equipamentos como computadores e tablets para acompanhar o material digital fora da escola, o que representaria uma barreira para o aprendizado. "O aparato tecnológico é muito bom, mas não pode ser só ele. Teríamos que ter um data show em cada sala, entre outros equipamentos", defendeu.
A secretária também frisou que a decisão sobre o modelo de ensino é tomada de forma democrática, com a participação dos professores, da comunidade escolar e de outras áreas das administração. "Hoje na educação a gente trabalha a gestão democrática, fazendo um levantamento junto com os professores e analisando se essa forma de trabalho daria certo com os alunos que a gente têm", disse.
Ao ser confrontada sobre o porquê dessa ampla discussão não ter chegado a uma conclusão dentro um prazo razoável, Tathiane afirmou que a parte que cabia à secretaria de Educação já está concluída desde agosto, e que ela não saberia dizer o porquê do processo não ter avançado com mais rapidez, já que ele também depende de outras pastas.
Se mantenha informado! Participe do canal do página d no WhatsApp.
Mín. 19° Máx. 25°