O vereador Juninho Souza (União Brasil) tinha tudo para trilhar um caminho rumo à presidência da Câmara de Santa Cruz do Rio Pardo – exceto ele mesmo, o principal aspecto de tudo isso.
Eleito em 2020 denunciando tudo a que tinha direito, foi reconduzido ao cargo com o mesmo estilo em 2024. Aprendeu a conseguir votos, mas não a respeitar as pessoas – nem mesmo seus consanguíneos.
Suas recentes declarações em entrevista ao Giro de Notícias, do Diário Cidadão, apenas revelam a personalidade que Juninho sempre teve. Ególatra, fala muito de si e mais ainda dos outros – a quem parece se referir como verdadeiros inimigos em uma guerra que não existe.
A dita esquerda que ele chama de demônio está na própria família do parlamentar, já que o irmão a que ele se referiu naquela entrevista – “tenho um irmão e uma irmã que são homossexuais. Pergunte ao meu pai se ele é feliz com isso?” – foi candidato a vereador pelo PT em Bauru.
O vereador agora jura defender a família, mas há menos de dois anos teve o salário penhorado por dívida de pensão alimentícia. Não é desempregado, não sobrevive de bicos no mercado informal: o autointitulado fiscal do povo é vereador e muito bem pago para tanto.
Disse também nunca ter enfrentado problemas na polícia, o que não é verdade. Em 2012, afinal, ele teve que assinar um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público para evitar ser processado por perturbação do sossego.
O motivo? Andava pelo município madrugadas adentro com som alto no carro, perturbando justamente as famílias santa-cruzenses em nome das quais acredita ter direito de falar.
Antes que perguntem a seu pai se ele é feliz com filhos homossexuais ou seja lá qual for a orientação sexual, Juninho deveria questionar a si mesmo se a postura de fanfarrão que adota faz da política santa-cruzense um ambiente melhor. A resposta, antecipo, é "não".
* A opnião dos nossos colunistas não reflete, necessariamente, a opnião do página d.
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