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Santa Cruz do Rio Pardo, SP
Os muros da escola Arnaldo Moraes Ribeiro ganharam vida com o projeto “Todos Somos Um”, em Santa Cruz do Rio Pardo. Os alunos criaram em sala de aula murais inspirados na cultura afro-brasileira e indígena, e passaram esses desenhos para o muro, em uma experiência que uniu arte, história e respeito à diversidade.
A iniciativa nasceu de um desejo antigo da professora Cláudia Araújo, que está na escola desde 2001. “Eu sempre tive o sonho de transformar os muros da escola em algo que refletisse a nossa essência, algo que desse cara de escola mesmo”, revelou a professora. Neste ano, a partir da proposta do projeto, ela decidiu colocar o sonho em prática com a colaboração de colegas e alunos. “Nós unimos os quintos anos e a professora do ensino fundamental dois, dos anos finais e nós começamos a trabalhar isso.”
Durante o desenvolvimento do projeto os estudantes dos quintos anos, fizeram releituras de obras do artista brasileiro Heitor dos Prazeres, algumas dessas releituras foram selecionadas para serem eternizadas no muro. Inspirado nas obras do artista brasileiro, o projeto trouxe os temas abordados pelas obras do artista, como a cultura afro-brasileira. Segundo a professora Keip Britto, cada etapa foi planejada para engajar os alunos de todas as séries. “Trabalhamos a cultura afro, desde os navios negreiros até as brincadeiras retratadas por Heitor dos Prazeres.”, conta.
A professora de artes Juliana Venturini explicou como o grafite foi introduzido como uma forma de expressão. “Nós trabalhamos com a arte do grafite, a relação do grafite no contexto social com os alunos. E aproveitamos o projeto, que é um tema tão abrangente, e trazer essa realidade para os muros da escola. E transformar o muro da nossa escola passando para quem é estudante, para quem passa na rua e ter conhecimento da grande diversidade cultural que é o nosso país”. Também foram pintadas frases no muro de incentivo e respeito, que foram desenvolvidas nas aulas de português.
Para os alunos, o projeto foi uma oportunidade única de expressão e aprendizado. Muitos enfrentaram desafios ao transpor suas ideias do papel para o muro, como compartilhou Emily, aluna do quinto ano. “Foi bem diferente pra gente, porque é bem difícil de desenhar no papel e depois ir pro muro, mas foi bem legal pela experiência. A gente teve, tipo, a gente conseguiu fazer o nosso desenho. Alguns desenhos nossos foram pro muro e foi bem legal.”
Os alunos dos nonos anos desenvolveram em uma outra parte do muro desenhos que remetem além da cultura afro-brasileira também a cultura indígena. O aluno Nickolas teve dois desenhos selecionados. “Dois desenhos meus foram selecionados. Eu gostei muito porque, pra mim, assim, eu tenho um dom de desenho, gosto de desenhar, vejo e gosto, vejo do desenho, gosto e tento fazer e sai como eu quero. E como saiu como eu quis, foi uma alegria ter sido selecionado para ir para o muro da escola.”
A pintura contou com ajuda da artista Layane Franciscon, ela contou que a textura do muro foi uma dificuldade na hora de passar as obras do papel para parede. Mais do que um exercício artístico, o projeto buscou transmitir uma mensagem de respeito e união. “A gente espera que esse projeto tenha sido transformador na vida dos alunos, não só no sentido de aprender sobre esse tema, sobre a realidade artística, mas que eles levem isso para si, sobre a questão da formação do povo brasileiro e principalmente do respeito às pessoas independente da raça, de sua origem, de sua cor. Afinal de contas, o tema desse projeto, o nome é todo, somos um. E que isso eles levem com eles, para sempre, para respeitar uns aos outros.” concluiu a professora Juliana.
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