A Organização Social SCMC (Santa Casa de Misericórdia de Chavantes) venceu recentemente a licitação milionária da Ummes e assumiu a gestão do SAMU de Santa Cruz do Rio Pardo, substituindo a nebulosa Abedesc.
Para compor sua equipe, a nova empresa abriu um processo seletivo para diversos cargos: analista de departamento pessoal, assistente administrativo, condutor de veículo de urgência, enfermeiro, farmacêutico, técnico de enfermagem, entre outros.
Isso na teoria. Na prática, tudo indica um jogo de cartas marcadas. A lista de aprovados revela que praticamente todos já eram funcionários da antiga OS, que operava o serviço. Coincidência demais, não?
Alô, Ministério Público! Tem alguém em casa?
Enquanto isso, a nova diretoria da Ummes, presidida por Guilherme Gonçalves, prefeito de Ourinhos, e com o prefeito Otacílio Assis, de Santa Cruz do Rio Pardo, como um dos principais nomes, não parece enxergar a falta de transparência como prioridade.
A caixa-preta do consórcio continua fechada. A frota de ambulâncias segue sucateada, há denúncias graves sobre gestões passadas, incluindo uso de carros particulares com combustível pago pela Ummes e notas fiscais fraudulentas vinculadas a placas de ambulâncias.
Além disso, unidades avançadas do SAMU, como a de Canitar, operam sem estrutura adequada, sem uniformes e EPIs necessários para os funcionários.
Parece que todos sabem das suspeitas de falcatruas da Ummes, mas fingem demência.
Falando em falcatrua, vale a pena ficar de olho em ex-prefeito com passagem recente pela direção da Ummes fechando contrato de assessoria com a nova OS que gere o SAMU. Não que esteja acontecendo… mas nunca se sabe.
Em recente entrevista à rádio 104 FM, o prefeito Otacílio Assis foi taxativo: não haverá construção da ponte ligando a região central aos bairros da Estação nos próximos quatro anos. A justificativa? Falta de recursos.
Mas há um detalhe: a tal ponte foi uma das principais promessas de campanha e está no plano de governo do prefeito.
Os números divulgados recentemente mostram, salvo melhor juízo, uma Prefeitura realmente sem capacidade de investimento, mas longe de estar criticamente endividada. É como se uma família tivesse gasto toda a poupança, mas seguisse com emprego e renda estáveis – sem margem para grandes obras no momento, mas com a possibilidade de recuperar fôlego ao longo dos meses.
O orçamento municipal vai ultrapassar facilmente os R$ 300 milhões anuais a partir de 2025, recorde absoluto. Ou seja, o dinheiro entrará nos cofres públicos - aliás, já está entrando.
Diante disso, Otacílio tem a obrigação de, no mínimo, iniciar os estudos da ponte. Definir local, viabilidade, custos… qualquer avanço. O que não dá é para engavetar o tema já no segundo mês de governo.
A população da Estação está cansada de promessas vazias.
O vereador João Marcelo Santos classificou pessoas em situação de rua e dependentes químicos como “escória da escória” durante a última sessão da Câmara.
Relatou que, quando era diretor da Codesan, mandou funcionários expulsarem um morador de rua com um jato d’água de caminhão-pipa porque ele se abrigava em um ponto de ônibus e fazia necessidades fisiológicas em público, expondo sua genitália.
Disse ainda, sem nenhum pudor, que teria “mandado quebrar as pernas” de um indivíduo que furtou um computador de sua propriedade.
Detalhe: João Marcelo é advogado.
Sim, o problema da população de rua e dos dependentes químicos em Santa Cruz do Rio Pardo se agravou nos últimos anos, assim como em todo o Brasil.
Defendo, inclusive, mudanças na legislação para facilitar a internação compulsória daqueles que perderam a capacidade de autodeterminação.
Mas nunca podemos perder de vista que esse é um problema de saúde pública.
Discursos desumanos como o do vereador abrem espaço para ataques que podem acabar em tragédia. Sem contar a hipocrisia: os ricos da cidade que cheiram até o nariz sangrar não são chamados de “escória”. Nem os adolescentes de classe média que vão para clínicas luxuosas, disfarçadas de intercâmbio.
Esse tipo de discurso populista só serve para atacar os mais pobres.
Alô, Comissão de Ética da Câmara. Pega nada?
Calma, amiguinhos. Agora, quem vai dizer se o ex-prefeito Diego foi apenas um gastador inveterado ou se cometeu algum crime fiscal é o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Aguardemos.
O presidente da Câmara, Juninho Souza, errou ao questionar o vereador Edvaldo Godoy por apresentar requerimento pedindo informações sobre as horas extras pagas ao procurador jurídico da Casa pela atuação na CPI do ProBem.
Primeiro, porque todo vereador tem direito de apresentar pedidos de informação, simples assim. Segundo, porque o questionamento é pertinente e o jeito correto de fazê-lo é por meio de requerimento – para que toda a população também tenha acesso às informações.
Fiscalizar é dever de qualquer parlamentar.
Por outro lado, Juninho Souza cumpriu a promessa de garantir liberdade de fala aos vereadores, sem limitar o tempo.
Mais do que isso, tem demonstrado que pretende atuar de maneira independente – ao contrário da tradição recente da Câmara de Santa Cruz do Rio Pardo, onde os presidentes agiam como cartorários dos prefeitos da vez.
A volta às aulas foi caótica para alguns estudantes de Santa Cruz do Rio Pardo que estudam na Unisagrado, em Bauru.
O ônibus oferecido pela Prefeitura simplesmente não apareceu no primeiro dia letivo.
Segundo apuração da estudante de jornalismo Cássia Peres, o problema foi causado por uma falha na comunicação entre a instituição, a Secretaria de Educação, a empresa de transporte Scatur e as representantes dos alunos.
Uma várzea total.
Felizmente, a situação foi normalizada nos dias seguintes. Mas falta organização no setor.
Mín. 15° Máx. 30°