A Câmara Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo aprovou na noite de ontem (17) o projeto de lei enviado pelo prefeito Otacílio Assis (PL), que cria dois novos cargos na administração municipal. A proposta foi aprovada por 10 votos a 3, em meio a um debate entre os vereadores sobre a coerência da medida diante da situação financeira alegada pela gestão municipal. Professor Duzão (PSOL), Edvaldo Godoy (PSD) e Juninho Souza (União Brasil) deram os votos contrários.
O projeto institui os cargos de Coordenador de Projetos e Ações Socioambientais, com salário de R$ 3.747,16, e Assessor de Articulação de Projetos, Eventos e Ações Esportivas, com remuneração de R$ 4.775,10.
Ambos são de livre nomeação e exoneração. Nos bastidores, o ex-vereador Vanderlei Baiano é cotado para assumir a função ambiental, que exige nível médio de escolaridade, enquanto Claudinha Oliveira, agente de saúde da família e ex-candidata a vereadora pelo grupo de Otacílio, deverá ocupar o cargo na área esportiva, cuja exigência é o ensino superior.
A criação dos cargos gerou reações divergentes. O vereador Renato Pardal (PSD), apesar de votar a favor do projeto, segundo ele, “num gesto de confiança”, questionou a necessidade da ampliação da estrutura administrativa em um curto espaço de tempo. "Criamos quatro cargos em três sessões. Espero que não suba mais nada do Executivo. Dessa forma, vai contra tudo o que tem sido falado, que não tem dinheiro, que herdou um município com dívidas”, disse.
O presidente da Câmara, Juninho Souza, também rejeitou o projeto e reafirmou sua posição contrária à criação de novos cargos, lembrando que manteve o mesmo posicionamento durante o governo anterior. "Nunca votei a favor de nenhum cargo, nem na época do ex-prefeito Diego. Sempre fui contra esse tipo de projeto. Se lá na frente faltar dinheiro, sabe o que o prefeito pode fazer? Aumentar impostos! Pode acontecer, pode acontecer de aumentar a taxa de iluminação pública, IPTU, várias coisas. Não vou levar no meu currículo que não tive a mesma personalidade que tive no governo passado”, afirmou Juninho, que é aliado de Otacílio.
O vereador Cristiano Tavares (União Brasil), por sua vez, minimizou as críticas e argumentou que a criação dos cargos faz parte da estruturação do governo e que outras funções foram extintas para compensar. "Muitos cargos não estão sendo preenchidos, outros foram extintos, como o de assessor do secretário de Educação. Se lá na frente não houver resultados, serei o primeiro a cobrar”, ponderou o líder do governo.
O debate se acirrou quando o vereador Dr. Mauro Assis (MBD) rebateu as críticas de Juninho Souza, seu colega de base governista, sugerindo que o presidente da Câmara estava alimentando especulações sobre o impacto da medida. "A mente engessada cria barulho de carroça. Ilações e falações são fáceis de serem feitas. Mas é preciso ter honestidade. O dinamismo na gestão pública faz surgir, a qualquer momento, novas necessidades. Se forem necessários mais cargos, votarei sim. E também votarei contra aumento de impostos”, declarou o médico na tribuna.
A fala de Mauro foi interpretada como um recado direto a Juninho, que insistiu na tese de que a ampliação dos cargos pode resultar em futuras dificuldades financeiras para a prefeitura.
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