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Justiça acata pedido do MP e arquiva denúncia contra Juninho Souza por homofobia

Decisão da Vara Criminal de Santa Cruz do Rio Pardo considera que declarações polêmicas do vereador não configuram discurso de ódio

18/02/2025 às 21h46
Por: Diego Singolani
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A Justiça de Santa Cruz do Rio Pardo arquivou, nesta terça-feira (18), o inquérito policial instaurado contra o vereador Cesar de Souza, conhecido como Juninho Souza, por supostas declarações homofóbicas feitas durante uma entrevista à Rádio 104,9 FM, em 31 de outubro de 2024. A decisão acolheu o parecer do Ministério Público, que entendeu que a conduta do parlamentar não configurava crime.

O Ministério Público de São Paulo encaminhou inicialmente a denúncia contra o vereador Juninho Souza (União Brasil) para a Polícia Civil, após representação do PSOL de Santa Cruz do Rio Pardo, feita pelo vereador Professor Duzão, presidente municipal do partido. A denúncia acusava o parlamentar de proferir declarações discriminatórias durante a entrevista. No documento, o PSOL destacava que Juninho Souza afirmou que "ninguém é feliz com um filho homossexual" e "homem com homem e mulher com mulher é errado". O partido sustentava que essas falas violavam os direitos da comunidade LGBTQIAPN+, perpetuavam estigmas e alimentavam discurso de ódio.

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O promotor de justiça Vladimir Brega Filho analisou o caso com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26, que equipara a homofobia ao crime de racismo. No entanto, concluiu que as declarações do vereador, embora polêmicas, não incitaram discriminação, hostilidade ou violência, requisitos necessários para a caracterização do crime.

O MP considerou ainda que o parlamentar fez as declarações no contexto de um debate político e religioso, mencionando sua própria família ao afirmar que tem irmãos homossexuais e que os aceita, embora acredite que os pais não sejam felizes com essa condição. Segundo a manifestação ministerial, isso afastaria a intenção de incitar hostilidade contra pessoas LGBTQIA+.

Em sua decisão, o juiz João Paulo Sorigotti da Silva, da Vara Criminal de Santa Cruz do Rio Pardo, determinou o arquivamento do inquérito, mas ressaltou que a investigação pode ser reaberta caso surjam novas provas. A decisão também destaca que, apesar do arquivamento, as falas do vereador podem ter repercussões na esfera civil ou política.

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Juninho Souza, em nota divulgada no dia 4, afirmou que suas falas foram distorcidas e negou a prática de homofobia. Ele alegou que seus adversários políticos estavam tentando usá-las para hostilizá-lo. O parlamentar também citou sua imunidade parlamentar, prevista no artigo 53 da Constituição Federal, que garante a liberdade de opinião para parlamentares no exercício do mandato.

Até o fechamento desta reportagem, Juninho Souza ainda não havia se manifestado publicamente sobre a decisão da Justiça.

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