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Santa Cruz do Rio Pardo, SP
Não foram poucas as noites em que, atolados no fechamento do jornal, enfrentávamos um novo imprevisto: sempre havia um fato inesperado, um acontecimento de última hora, uma informação pingando ou até mesmo uma reportagem para ser escrita do zero, já sob a pressão extrema.
Da responsável pela gráfica vinham inúmeras mensagens e ligações – cada vez mais ameaçadoras conforme o tempo avançava – com o temido recado: “Se não enviar o jornal em meia hora, não vamos imprimir!”
Sérgio, então, acomodado em sua cadeira, começava a bater os pés no chão, à la Gene Kelly descompassado; esfregava as mãos e, em seguida, passava os dedos pelos cabelos num gesto de desespero e súplica aos céus.
Tomava uma cápsula de um tônico natural à base de ginseng – ou algo assim, que, imagino, ele acreditava compensar as parcas 3 ou 4 horas de sono por dia, às vezes nem isso. Ele acendia mais um cigarro e, então, os dedos começavam a metralhar o teclado do computador. “Não vai dar tempo”, murmurava de vez em quando. Mas, invariavelmente, dava tempo, mesmo que aos trancos e barrancos.
Sérgio sabia que daria tempo; todos nós, à sua volta, confiávamos nele; a cidade inteira tinha certeza: não importava a dificuldade, o Debate sempre estaria nas bancas nas manhãs de domingo.
Uma lição de resiliência para a vida.
Já passou da hora de o poder público assumir alguma iniciativa para recuperar, organizar e digitalizar o acervo do jornal Debate. O prédio segue fechado desde a morte de Sérgio e ninguém sabe em que condições estão os arquivos de edições, fotografias, entrevistas e textos que registram meio século de história da cidade. Preservar esse material é um compromisso com a cultura e a memória local.
O presidente da Câmara, Juninho Souza, decidiu que o Legislativo não vai "enforcar" o Carnaval. Inicialmente, a Câmara funcionaria normalmente na segunda (3) e na terça-feira (4).
Depois, Juninho voltou atrás e decidiu fechar na terça para acompanhar o horário do comércio. Na segunda de Carnaval, haverá sessão ordinária, que antes estava marcada para a Quarta-feira de Cinzas (5).
Nesta segunda-feira (24), Juninho vai oficializar o cronograma de todos os pontos facultativos da Câmara para 2025.
Por um lado, a medida está alinhada ao discurso que ele mantinha na oposição, criticando o fechamento prolongado de órgãos públicos em feriados. Por outro, há quem veja a decisão como meramente populista e demagógica, sem efeito prático real, já que até os bancos estarão fechados no período. Entre os críticos, estão até vereadores aliados do presidente…
A Justiça arquivou, a pedido do Ministério Público, a denúncia contra Juninho Souza por homofobia. O promotor responsável não encontrou elementos suficientes nas falas do vereador para configurarem discurso de ódio, citando ainda liberdade de expressão e manifestação religiosa.
Se não há crime, o arquivamento é o caminho natural. Mas, independentemente do aspecto jurídico, o discurso de Juninho continua, no mínimo, condenável. Não parece razoável que um representante público adote uma postura que ataque ou discrimine qualquer grupo, direta ou indiretamente, sob pretexto de liberdade de expressão — que não é irrestrita — ou em nome de seus valores religiosos.
Juninho precisa ficar de olho vivo na Câmara. Corre nos bastidores que um vereador do seu próprio grupo teria espalhado uma foto do frigobar do seu gabinete abastecido com água, suco e refrigerante. A situação virou praticamente uma chacota - afinal, desde quando tomar água e suco gelados virou crime? O episódio, no entanto, serviu de alerta: tem gente tentando puxar o tapete do presidente.
Apesar de o líder oficial do governo Otacílio na Câmara ser o vereador Cristiano Tavares, nos bastidores o médico Dr. Mauro Assis tem se destacado - até demais, segundo fontes.
Em reservado, alguns parlamentares se dizem incomodados com a postura "autoritária" de Mauro, que estaria tomando a frente em iniciativas, interferindo na propositura de requerimentos e projetos e até mesmo tentando ditar os rumos do grupo.
Pelo visto, a base do governo está precisando de um churrasco para alinhar os ponteiros.
O governo Otacílio tem falhado miseravelmente em manter a cidade limpa. Todos sabem que o problema foi herdado da gestão passada, incluindo atrasos nos pagamentos para a empresa de coleta, mas, nesse caso, não adianta mais empurrar a culpa para terceiros. Coleta de lixo é um serviço essencial.
Com dois meses de governo, já deveriam ter encontrado soluções. Foram eleitos para isso. Ainda mais com o risco de uma epidemia de dengue no país.
Contagem regressiva. A base de apoio do prefeito Otacílio na Câmara vai rachar. É só uma questão de tempo. E não se esqueça, você leu primeiro aqui no Pinga-fogo.
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