O escândalo envolvendo a família da ex-tesoureira Sueli Feitosa teve novos desdobramentos nesta semana. A Justiça concedeu livramento condicional ao seu cunhado Adilson Gomes de Souza, conhecido como Maizena, e autorizou a prisão domiciliar de Maria da Conceição Pereira Feitosa, mãe de Sueli, ambos condenados no maior caso de corrupção já descoberto em Santa Cruz do Rio Pardo.
As decisões foram assinadas por juízes de diferentes varas criminais e consideram critérios como cumprimento de parte da pena, bom comportamento e problemas de saúde.
Sueli, sua irmã Camila e Maizena foram presos em 19 de novembro do ano passado. Dois dias depois, Maria da Conceição também foi detida. A ex-tesoureira, condenada a mais de 21 anos de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, e sua irmã Camila, esposa de Adilson, condenada a 10 anos por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, continuam presas.
Adilson, condenado a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, cumpriu o requisito temporal para o livramento condicional, conforme cálculo de liquidação de penas. O juiz Davi Márcio Prado Silva concedeu o benefício, destacando que ele manteve boa conduta carcerária e não há registros de faltas disciplinares recentes.
O Ministério Público foi contrário à concessão do livramento, mas não impugnou o boletim informativo que atestava o cumprimento dos requisitos legais.
Entre as condições impostas pelo juiz para a liberdade condicional de Adilson, estão: comparecer ao Juízo da Execução Criminal no prazo de 90 dias, comprovar ocupação lícita, não se ausentar da comarca sem autorização judicial, cumprir horário de recolhimento noturno e evitar frequentar locais de reputação duvidosa.
Já a aposentada Maria da Conceição, sentenciada a sete anos em regime semiaberto, também por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, obteve o benefício da prisão domiciliar devido ao seu estado de saúde fragilizado. O juiz Josias Martins de Almeida Junior concedeu a medida após parecer favorável do Ministério Público, que reconheceu a impossibilidade de tratamento adequado dentro do sistema prisional.
A mãe da ex-tesoureira da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo estava presa na Penitenciária Feminina "Sandra Aparecida Lario Vianna", em Pirajuí. A decisão judicial determina que Maria da Conceição permaneça em recolhimento domiciliar integral, com saídas permitidas apenas para tratamento médico, devendo ainda comparecer ao juízo sempre que intimada e comunicar previamente qualquer mudança de endereço.
Sueli de Fátima Feitosa foi condenada em fevereiro de 2022 por desviar dinheiro dos cofres municipais em um esquema milionário. Conforme a Justiça, ela realizou 2.291 operações fraudulentas, somando R$ 3,76 milhões — valor que, corrigido até a data da denúncia, chegou a R$ 10,9 milhões.
A fraude foi descoberta no fim de 2016, mas só em abril de 2020 o Ministério Público formalizou a denúncia. Sueli ficou presa por cinco meses, mas conseguiu um habeas corpus e foi solta. Após a revelação do caso, a prefeitura a exonerou do cargo. Seu cunhado também chegou a ser detido.
De acordo com a acusação, Sueli era responsável por conciliar as contas bancárias de maior movimentação do município. Usando essa função, ela manipulava os registros para mascarar os desvios. A Justiça a enquadrou nos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A investigação também atingiu parentes da ex-servidora, acusados de participar do esquema. Segundo o Ministério Público, eles usaram os valores desviados para adquirir bens, como imóveis e veículos, além de abrirem uma empresa financiada com o dinheiro público desviado.
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