Após as celebrações da Páscoa, iniciamos a semana com a triste notícia do falecimento do Papa Francisco. Particularmente, lamento a perda de um líder que compreendeu sua responsabilidade com a humanidade e o planeta, deixando um legado de esperança e inspiração para todas as gerações, independente da crença religiosa de cada um.
Desde a opção pelo nome, em homenagem a São Francisco de Assis - defensor da natureza e dos pobres, o pontífice demonstrou seu compromisso em reformar a Igreja, promovendo transparência, enfrentando questões como corrupção e violações de direitos humanos e promovendo a tolerância e o respeito entre diferentes religiões. Ensinou aos fiéis que antes de serem católicos, precisavam ser cristãos – o que nem sempre é comum. Ele trouxe a Igreja Católica ao Século XXI.
Em suas encíclicas (4), abordou com humildade, mas grande profundidade e coragem, temáticas que orientaram sua gestão ao longo dos últimos 12 anos. A fraternidade e a amizade social, a ecologia integral e o cuidado com a casa comum, a fé e a razão, e a dignidade da pessoa humana e os direitos humanos. Quatro grandes e valiosos tesouros para a prosperidade da sociedade, em um mundo mais justo e pacífico.
Fazendo jus ao cargo de pontífice (do latim pontifex), foi na prática um estratégico “construtor de pontes”. Francisco queria uma Igreja feita de "pastores com cheiro de ovelhas", e encurtou distâncias, promovendo o diálogo. Ligava o sagrado ao cotidiano, a doutrina à vida, o Vaticano ao povo.
Hoje, enquanto choramos, também herdamos. Herdamos o desafio de viver com mais simplicidade, ouvir mais profundamente, liderar com mais compaixão. Pois Francisco nos lembrou, em palavras e testemunhos, que a Igreja – e de fato a humanidade – encontra sua alma não nos palácios, mas no sofrimento silencioso dos esquecidos.
Papa Francisco entendeu que fé sem justiça é retórica vazia.
Defendeu uma economia baseada em cuidado, solidariedade e respeito à vida.
Sua voz foi um chamado ético: ou ressignificamos nossos valores, ou perpetuamos a destruição.
Que a coragem de Francisco seja agora também a nossa.
“A beleza da vida nos pequenos gestos de amor.” – Papa Francisco
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