O prefeito Otacílio e o radialista Souza Netto voltaram a trocar farpas ao vivo nos microfones da Difusora nesta semana. Mais por parte do prefeito, sejamos justos.
Otacílio não gostou da forma como Souza se manifestou a respeito de um vídeo que circulou nas redes sociais, em que servidores da Codesan alegam não ter Equipamentos de Proteção Individual.
Otacílio disse que tudo é mentira, apresentou documentos que, segundo ele, provariam a entrega dos equipamentos aos funcionários, e insinuou que o grupo que aparece no vídeo tem ligações políticas com a oposição. Além disso, acusou Souza de não apurar os fatos antes de opinar sobre qualquer assunto.
Apesar de Souza Netto fazer um mea-culpa sobre a divulgação e tentar contemporizar, Otacílio estava em seu “modo raiz”, pouquíssimo afável. Não satisfeito, o prefeito criticou também a passagem de Souza como vereador, lembrando que sua votação caiu do primeiro para o segundo mandato e que, se disputasse novamente, talvez não se elegesse. Neste ponto, Souza não se conteve e retrucou, afiado, lembrando que Otacílio também viu sua votação cair e venceu a última eleição por uma diferença mínima, no “pelinho”.
Enquanto isso, o apresentador Pedro Donizete não sabia se apartava, gritava gol, chamava o VAR, lia uma nota de falecimento ou segurava as cadeiras para não saírem voando.
Não foi o primeiro embate entre os dois e provavelmente não será o último. A relação azedou de vez na última campanha eleitoral, quando Souza Netto apareceu — sem saber — em um vídeo da campanha de Diego Singolani, dando um abraço no então candidato à reeleição em uma passeata na sua rua. O gesto entre amigos, aparentemente despretensioso, elevou ainda mais a polêmica entre o comunicador e o grupo de Otacílio.
O prefeito Otacílio anunciou que enviará à Câmara um projeto de Refinanciamento de Dívidas (Refis) para os contribuintes santa-cruzenses. Para quem conhece o pensamento de Otacílio e seu secretário de Finanças, João Zarantoneli, pode soar estranho, pois, historicamente, sempre foram contrários ao Refis, argumentando que beneficia o mau pagador. Mas o que teria mudado?
A prefeitura está de olho em cerca de R$ 30 milhões em débitos a receber. Com a reforma tributária, o ISS, que hoje é arrecadado diretamente pelo município, será substituído pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), cuja arrecadação será distribuída pela União com base na média de arrecadação dos últimos anos. Ou seja, os municípios estão buscando aumentar sua média de arrecadação para evitar quedas bruscas com a mudança do imposto.
A recente normatização da cobrança do ISS na construção civil feita por Otacílio (outra polêmica desgraçada) também tem a ver com isso — apesar do prefeito negar de pés juntos.
Otacílio não criou nada novo, apenas deixou claras as regras de cobrança, mas o objetivo final, evidentemente, é arrecadar mais. Ao deixar tudo às claras, fecha-se o cerco a quem porventura não pagava. Otacílio chegou a dizer na 104 FM que não muda nada e que “quem sonega, continua sonegando”, num arroubo de sincericídio. Creio que não será bem assim. Veremos.
Nos bastidores da política santa-cruzense, há uma movimentação para que o prefeito Otacílio inclua no projeto do Refis a dívida dos ex-vereadores e vereadores “gazeteiros”, como foram apelidados pelo saudoso jornalista Sérgio Fleury Moraes, denunciados por receberem subsídio sem desconto mesmo faltando às sessões. Caso o lobby funcione, um dos maiores beneficiados poderá ser o vice-prefeito Mirtão de Caporanga, cuja dívida inicial com a prefeitura beirava os R$ 50 mil.
A vereadora Mariana Fernandes não faz mais parte da CPI que investiga irregularidades no Programa de Bem-estar Animal de Santa Cruz do Rio Pardo. Segundo ela, o motivo de sua saída voluntária foi uma denúncia feita na ouvidoria da Câmara, alegando que Mariana tem relação de amizade com Márcia Gaspar, ex-diretora do ProBem, além de também atuar como cuidadora de animais, o que poderia comprometer sua imparcialidade nos trabalhos.
Antes mesmo da Câmara se manifestar sobre a denúncia, Mariana decidiu se afastar, segundo ela, para não criar nenhum obstáculo aos trabalhos. A princípio, ela renunciaria ao cargo de membro, mas o que deve ocorrer na verdade é a substituição. Mauro Assis, do mesmo partido de Mariana, o MDB, deve ocupar a vaga que, por critério de proporcionalidade, pertence à legenda.
A presidência segue com Cristiano Tavares e a relatoria com Fernando Bitencourt.
O que se comenta nos bastidores é que a tal denúncia caiu do céu para que Mariana tivesse um álibi para deixar a comissão. Não só ela, mas praticamente nenhum vereador quer participar da investigação. Os vereadores da oposição, por motivos óbvios: não quiseram participar desde o início, no ano passado, pois a investigação recai sobre o ex-prefeito Diego Singolani e seu grupo, do qual fazem parte, então tiraram o corpo fora desde o começo.
Os demais também não mostram tanto entusiasmo pela própria rotina de trabalho da CPI, que nesta fase final se debruça em analisar toda a documentação levantada junto à prefeitura e também análise das oitivas. Mesmo com a assessoria do procurador jurídico da Câmara, João Luiz de Almeida Júnior, o volume de trabalho não é pequeno.
Aliás, por falar no procurador, corre à boca pequena nos corredores da Câmara que a prorrogação dos trabalhos da CPI teria sido “estimulada” pelo procurador, que tem recebido polpudas horas extras para realizar o trabalho adicional junto à comissão.
Para alguns, o relatório preliminar que já apontava quase 30 irregularidades no programa deveria ter encerrado os trabalhos, com a remessa de todo o material para a prefeitura, que está realizando uma auditoria interna com os seus técnicos, incluindo veterinários.
Consta que um político de Santa Cruz do Rio Pardo foi gravado fazendo ameaças a outro político por telefone. Será que vai virar caso de polícia? Ou a gravação será usada como moeda de troca? O passarinho que me contou só disse metade da história, depois parou por medo de estar grampeado também.
A última sessão da Câmara aconteceu de maneira mais propositiva, com boas discussões na maior parte do tempo e com uma duração razoável, pelo menos tentando seguir o regimento. Ponto positivo para os vereadores, para que os trabalhos fluam melhor, a sessão fique menos enfadonha e não se notabilize por confusões vazias.
A assessoria da casa tem tentado melhorar isso já há algumas sessões e parece que agora os vereadores, felizmente, se atentaram. Que siga assim e melhore.
Aproveitando o clima ameno do outono brasileiro, não vamos nos esquecer que o calor uma hora vai voltar. E a quantas anda o projeto de ar-condicionado nas escolas? É um questionamento legítimo, realmente não sei. É apenas um alerta, pois, como já disse em outra coluna, é na paz que se prepara para a guerra.
Se no próximo verão não houver um ar-condicionado em cada sala de aula da rede pública do município, toda a responsabilidade recairá sobre o atual governo e também sob a Câmara, que se comprometeu em promover uma frente de trabalho nesse assunto.
Não vamos nos esquecer.
Uma empresa de São Paulo venceu o pregão eletrônico promovido pela Ummes para fornecer ovos de Páscoa para os municípios que compõem o bloco. O valor? R$ 5 milhões. Isso mesmo. R$ 5 MILHÕES.
O montante não precisa necessariamente ser gasto, mas os municípios podem, no intervalo de um ano, adquirir os produtos dentro desse limite, proporcionalmente à sua participação no consórcio, conforme a necessidade.
Mesmo assim, R$ 5 milhões em ovos de chocolate? Imagina o tamanho da caganeira.
Ummes, Ummes….
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