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Joaquim Manoel de Andrade: o mais importante nome santa-cruzense de 1870 a 1891

Coluna Celso Prado e Junko Sato Prado

04/05/2025 às 13h24 Atualizada em 04/05/2025 às 22h29
Por: Colunista
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Joaquim Manoel de Andrade: o mais importante nome santa-cruzense de 1870 a 1891

O 'Coronelismo' foi um termo utilizado para descrever a prática de controle na política local pela elite ruralista, representada pelos coronéis, que podiam ou não ter patentes. Esses coronéis detinham os poderes econômico, social e político em Santa Cruz do Rio Pardo, entre 1870 e 1930, utilizando-se da violência e da troca de favores. O primeiro e mais notável dos mandadores locais foi Joaquim Manoel de Andrade.

Joaquim Manoel de Andrade 

Quando da qualificação administrativa para Santa Cruz, como freguesia em 1872, Joaquim Manoel de Andrade já era destacado líder, e seu nome, desde então, a ilustrar os principais cargos, por eleições ou nomeações. A história identifica-o como o homem mais rico de Santa Cruz, respeitável cidadão, religioso prestante, fazendeiro, criador de porcos, dono de serraria, capitalista e escravagista.

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Andrade nasceu em Pouso Alegre -MG, em 12 de novembro de 1825, filho de João Bernardino da Silveira e dona Bernardina Jesuina de Santa Catarina.

São os seus irmãos e irmãs conhecidos: 

- Floriana Maria de Jesus; João Bernardino Silveira; Joaquina Maria de Jesus; José; Manoel Joaquim de Andrade; Maria (...); Marianna Esméria de Jesus; e Messias José de Andrade.

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Joaquim Manoel de Andrade apresentou-se no sertão paulista juntamente com o pai e os irmãos, Messias José de Andrade e Manoel Joaquim de Andrade, os quatro associados ma aquisição de associado a aquisição de uma grande fazenda de campos e matas, aos 19 de dezembro de 1851, cuja sede daria origem à célebre povoação de São Domingos que viria ser conhecida como Tupá, que as tradições ditam como a primeira comarca eclesiástica do Sertão adiante de Botucatu, entre os rios Tietê e Paranapanema.

O sócio e irmão Manoel seguiu rumo para Lençóis Paulista, Messias continuou fazendeiro em São Domingos além de pioneiro no Turvo/Alambari, enquanto Joaquim em 1870 adquiriu terras e veio morar em Santa Cruz do Rio Pardo, conhecido primo-irmão do homônimo desbravador no Turvo e Capivara, e do pioneiro-mor José Theodoro de Souza, sendo irmãs as mães dos três, respectivamente Bernardina Jesuína de Santa Catarina, Mariana Rosa da Assunção e Maria Teodora do Espírito Santo. 

Andrade se tornou importante e lendário nome na história santa-cruzense de 1872 a 1891, elegido o 1º Juiz de Paz de Santa Cruz, em 1875 – pleito anulado em 1876, depois eleito vereador em 1876 para a primeira legislatura (1877/1880), consagrando-se como o primeiro Presidente da Câmara, e reeleito para o cargo em outras oportunidades disputadas. Em 1884 integrou o Rol de Ilustres, pela Câmara Municipal, ofício de 12 de novembro de 1884, para compor a comissão responsável pelas obras da Igreja Matriz. Respondeu, ainda, por cargos púbicos em nomeação: Delegado de Polícia 1876/1877; Coletor de Rendas – 1879; Presidente do Conselho da Intendência Municipal de 1890 até sua morte em 1891.

Joaquim Manoel de Andrade casou-se com dona Umbelina Ferreira do Nascimento, também conhecida como Umbelina Maria de Jesus, em São João do Jaguary - atual São João da Boa Vista - SP, aos 09 de novembro de 1845, sendo ela natural de Pouso Alegre - MG, nascida em 30 de abril 1833, filha de Manoel Antonio Rodrigues e Maria Ferreira. 

O casal Joaquim e Umbelina teve os seguintes filhos conhecidos: Maria; Bernardino; José; Manoel; Theodora; Joaquim; Antonio; João; Silvestre; Pedro; Benedito; e Thereza.

Joaquim Manoel de Andrade faleceu aos 26 de dezembro de 1891, com a idade de 66 anos, em plena atividade política, como Presidente da Intendência do Município, e seus despojos acham-se sepultos na Igreja Matriz de São Sebastião juntamente com os de sua mulher, Umbelina Maria de Jesus, morta em 09 de agosto de 1896. 

Não se tem notícia oficial que o chefe do clã dos Andrades, em Santa Cruz, pertencera à Guarda Nacional; no entanto, uma referência do Padre Andrea Barra, vigário em São Domingos, aos 21/02/1858, identifica-o Major e escravagista. Em 1941 numa referência comemorativa ao seu nome, foi mencionado "Capitão", todavia as ausências de referimentos oficiais inviabilizam qualquer assertiva, quando se sabe de três homônimos seus no sertão paulista da época.

Joaquim Manoel de Andrade teve grande importância na história local e a ele quase tudo se deve na formação do lugar e até transformou-se, nas lendas e tradições, como cofundador de Santa Cruz, o que histórica e documentalmente não procede. 

Dois casos curiosos, certa feita resolvera levar um touro, de raça por ele apurada, para o imperador D. Pedro II, todavia o animal teve a perna quebrada nas proximidades de São Paulo, e Joaquim, comunicando sua alteza por telegrama, autorizou a morte do touro e as carnes distribuídas à população carente regional.

Em 1876, o presidente da província de São Paulo, preocupado com os eventos eleitorais em Santa Cruz do Rio Pardo, enviou soldados para garantir a eleição municipal. No entanto, o delegado Joaquim Manoel de Andrade prendeu os policiais e somente os liberou o pleito e a vitória já garantida ao seu partido.

- histórico extraído do original documentado "Santa Cruz do Rio Pardo - nos tempos dos coronéis e andadores" https://santacruzdeantigamente.blogspot.com/

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