Faleceu nesta sexta-feira, aos 96 anos, Ary Archanjo Alves Correa, conhecido como Ary Cabana, artesão renomado e figura querida de Santa Cruz do Rio Pardo. A causa da morte não foi divulgada. O velório ocorrerá das 15h desta sexta-feira às 10h de sábado (24), seguido de sepultamento no Cemitério Municipal, às 10h. Ele deixa nove filhos — Silvio, Maria José, Luiz Carlos, Sandro Vera, Sônia, Márcia, Rosa, Ary e Marcio (in memoriam) —, além de netos, bisnetos e uma legião de admiradores.
Nascido em 2 de dezembro de 1928, Ary Cabana carregava no apelido a herança do pai, Luiz Cabana, cozinheiro do coronel Tonico Lista, líder político assassinado em 1922. Mas foi com suas próprias mãos que construiu uma trajetória marcante. Artesão autodidata, destacou-se na confecção de redes de futebol, pesca e proteção, além de cadeiras trançadas com cordas — atividade que manteve praticamente até o fim da vida.
Sua habilidade era lendária: certa vez, concluiu uma rede no escuro durante um apagão, enquanto conversava com um amigo, conforme reportagem publicada pelo Jornal Debate. Das redes que teceu, destacam-se as instaladas no estádio Leônidas Camarinha e no campo do Cruzeiro, em Santa Cruz. "Fiz até uma rede de 100 quilos para um campo em Piraju", orgulhava-se.
Além do artesanato, Ary teve múltiplas profissões. Trabalhou como servidor público na extinta Delegacia de Ensino, dirigiu caminhões, foi confeiteiro e até construiu botes para garimpeiros do rio Pardo — ironicamente, sem saber nadar.
Ativo até o fim, mantinha clientes fiéis, inclusive de outros estados, que buscavam suas cadeiras de área, conhecidas pela durabilidade.
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