Diante do alerta vermelho da Defesa Civil para temperaturas abaixo de 5°C na região, a Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo optou por uma estratégia diferente para tentar proteger os moradores em situação de rua: mobilizar famílias locais para acolher temporariamente essas pessoas. A medida, anunciada pelo secretário municipal de Assistência Social, Cristiano Neves, em entrevista à Rádio Band FM nesta quarta-feira (28), parte do princípio de que a grande maioria dos indivíduos mapeados têm parentes na cidade, segundo a pasta.
Equipes do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) iniciaram na terça-feira (27) a distribuição de cobertores, agasalhos e kits de higiene para a população em situação de rua. Mas a prioridade, revelada durante a entrevista, é aproximar essas pessoas de seus familiares. "Vamos visitar pais, irmãos e tios. Diremos: 'A temperatura está baixando, eles insistem em ficar nas ruas. Vocês aceitam recebê-los nem que seja por dois ou três dias?'", explicou Cristiano Neves.
O secretário reforçou que a maioria dos moradores de rua tem vínculos em bairros como São José, Divinéia e Vila Saúl: "São todos de Santa Cruz. Não faz sentido estarem nas ruas quando há famílias aqui", afirmou.
A estratégia exclui a montagem de abrigos emergenciais, comum em outras cidades durante eventos climáticos extremos. Questionado sobre o que ocorrerá se famílias recusarem ou moradores rejeitarem ajuda, o secretário foi categórico. "Se a pessoa disser 'Não quero ir para lugar nenhum', é direito dela. Oferecemos cobertor e blusa, mas não podemos forçar", disse Cristiano.
O problema da medida é que os rompimentos familiares muitas vezes estão ligados a conflitos graves ou dependência química – o que pode inviabilizar a reinserção, mesmo que temporária.
Cristiano Neves também explicou que no caso de moradores de rua "não residentes" (itinerantes), haverá o benefício do pernoite em hotel emergencial + passagem de ônibus, mediante avaliação técnica.
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