O prefeito Otacílio anunciou na Band FM que, se a próxima empresa contratada para a coleta de lixo não der conta do recado, a Codesan vai assumir o serviço. Segundo ele, a autarquia terá respaldo: a prefeitura vai comprar caminhões e, se for preciso, contratar servidores. A Codesan já executou essa função no passado, quando era uma empresa de economia mista, mas acabou perdendo uma licitação e nunca mais atuou no setor.
A oposição está cavando polêmicas antigas envolvendo o alto escalão do governo Otacílio. Renan Alves (Comunicação) e Eliane Botelho (Direitos da Pessoa com Deficiência) estão na mira. O vereador Edvaldo Godoy solicitou, há algumas sessões, o teor de uma sindicância realizada ainda no segundo mandato de Otacílio, quando ambos já eram secretários.
A coluna não teve acesso ao documento, mas apurou que a oposição pretende fazer barulho.
Outro alvo é o vice-prefeito e secretário de Agricultura, Mirtão de Caporanga. Nos bastidores da Câmara, há quem queira ressuscitar o caso que levou à sua demissão na gestão do ex-prefeito Diego Singolani, por uso de maquinário e servidores públicos em propriedade particular sem o devido recolhimento de taxas. O caso também foi alvo de sindicância na época.
É vergonhoso: Santa Cruz do Rio Pardo ficará de fora dos Jogos Regionais pela primeira vez em 20 anos.
O secretário de Esportes, Marcos William Zanetti, alegou falta de recursos e decidiu priorizar projetos de base e escolinhas, sacrificando a participação na competição. A decisão é compreensível diante do “cobertor curto”. Mas revela o retrocesso da gestão Otacílio que, na prática, rebaixa o esporte de prateleira.
Até o ano passado, Santa Cruz sonhava em sediar sozinha os Jogos. Agora, não consegue nem participar pela falta de R$ 50 mil no orçamento. O discurso do esporte como política pública, aparentemente, ficou no palanque.
O encerramento do CAPS AD — ou ao menos do local onde o serviço de convivência era prestado — já era esperado. O episódio de violência entre dois atendidos foi a gota d’água. A proposta era acolher moradores em situação de rua com alimentação, tratamento contra os vícios e reinserção social. Mas o local escolhido foi absolutamente inadequado. Os vizinhos do entorno, na região central da cidade, viram sua rotina ser invadida por sujeira, furtos e insegurança.
Otacílio optou por fechar de vez. Disse que quem queria ajuda, já procurou; os demais moradores de rua, “irrecuperáveis”, estariam “se aproveitando” do serviço.
A decisão é polêmica e toca num ponto sensível: os direitos da população em situação de rua e os direitos dos demais cidadãos. A teoria é bonita, mas a prática mostra nuances que só quem está na linha de frente entende.
Diferente da falta de ação no enfrentamento à onda de frio — um erro grave da gestão, na minha visão —, o caso do CAPS é estrutural. O desafio é fugir dos extremos: desde os pseudo-humanizados que romantizam a miséria até os radicais que defendem abertamente o extermínio dessa gente.
O fato é: essas pessoas que eram atendidas pelo CAPS AD não vão desaparecer. E agora?
O presidente da Câmara, Juninho Souza, voltou de São Paulo com anúncio de verba para construir um banheiro público na praça do Jardim e reformar o do parquinho da Feira da Lua.
O tema, aparentemente trivial, é pura pólvora: Otacílio sempre foi contra banheiro público no Jardim, onde já houve um — alvo de críticas por higiene precária, uso por dependentes químicos e até relatos de abuso sexual. Juninho escolheu bem a nova bandeira de confronto com o prefeito.
Câmeras, zeladoria, segurança... propostas surgem. Mas Otacílio não deve mudar de ideia. Prepare-se: o “banheiro do Jardim” será o novo embate político nas próximas semanas.
Com a iminente interdição do prédio do “Ave Maria”, o Juizado Especial e o Cejusc podem mudar para o antigo 1º DP, ao lado do Fórum. A informação é do promotor Marcelo Saliba, divulgada na Band FM.
O imóvel, que já abrigou a delegacia, está fechado e pode receber também setores da prefeitura, como o Conselho Tutelar. As tratativas estão em andamento entre o TJ e o governo estadual, que havia recebido o prédio para instalar o Detran — o que nunca ocorreu.
O prefeito de Ourinhos, Guilherme Gonçalves, quis apagar, mas a internet não perdoa. Print é eterno.
Mensagens públicas do empresário Kiko Quagliato — maior apoiador da campanha de Guilherme — viralizaram: chamou o prefeito de “pilantra”, disse que ele tem “rabo preso” e questionou se as doações de campanha foram declaradas à Justiça Eleitoral.
Kiko indicou nomes para o governo — como o ex-prefeito Diego Singolani, hoje na Saúde de Ourinhos — mas se irritou com nomeações ligadas ao ex-prefeito Lucas Pocay. A treta já extrapolou o campo político e pode virar denúncia por crime eleitoral.
Duas notícias concretas — e bem-vindas — para a saúde de Santa Cruz do Rio Pardo.
A prefeitura vai custear, com recursos próprios, cirurgias de pacientes diagnosticados com ceratocone, uma doença que compromete a visão. Doze pacientes já foram selecionados e estão realizando exames pré-operatórios. O procedimento será feito em uma clínica privada em Assis, com investimento de cerca de R$ 300 mil. A medida vai evitar anos de espera pela realização do procedimento no SUS. A informação foi divulgada pelo próprio prefeito Otacílio na Band FM. Ponto positivo.
Na mesma entrevista, Otacílio anunciou que a Santa Casa foi credenciada para operar com 10 leitos de UTI Neonatal — até então só 5 estavam oficialmente reconhecidos. Também foram credenciados 10 leitos de semi-intensiva neonatal (hoje são 5) e 5 leitos “canguru” (atualmente, 3). Na prática, isso significa até R\$ 400 mil a mais por mês em repasses federais e estaduais, reforçando o caixa do hospital.
Para ativar todos esses leitos, será preciso investir aproximadamente R$ 500 mil em equipamentos, além da contratação de novas equipes de enfermagem. Segundo o prefeito, o avanço se deu após pressão regional e repercussão da ameaça de fechamento da UTI Neonatal do Hospital Regional de Assis. Santa Cruz, nesse contexto, se posiciona como referência regional.
A notícia vem em boa hora. A Santa Casa deve, em breve, sair do regime de intervenção municipal e terá de caminhar com as próprias pernas.
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