A possível saída de Luciano Severo do governo é real, mas longe de ser certa (leia aqui). Vai depender do teor da denúncia que Juninho Souza pretende levar ao Ministério Público e da interpretação da lei municipal que veda nomeações para cargos de confiança em casos de irregularidade eleitoral. Severo não vai pedir o boné e muito menos Otacílio pensa em exonerá-lo “preventivamente”, como sugeriu o presidente da Câmara.
Severo continua sendo o homem forte da administração. Foi peça-chave na reaproximação de Otacílio com o empresariado durante a campanha e segue articulando, principalmente em pautas como a criação da guarda civil. Otacílio comprou a ideia, Severo ganhou moral. Por afinidade ou conveniência, não será rifado tão fácil. Aliás, a maior prova disso é que Severo ocupa uma secretaria criada especialmente para ele.
Juninho quer Severo de volta à Câmara. E não esconde que o objetivo é colocar o secretário contra a parede. O presidente da Câmara, que sonha com a Prefeitura, enxerga Mauro Assis e o próprio Severo como possíveis concorrentes. Parece que Juninho deseja enfrentar seus inimigos no ringue antes da hora para ver quem sangra primeiro.
A simples ventilação de uma hipótese de Severo ter que deixar seu cargo na Prefeitura foi suficiente para reacender as rachaduras do grupo que elegeu Otacílio. A coligação foi tão heterogênea que pôs lado a lado figuras que, em outros tempos, se digladiavam — como Otacílio e Psiu ou Severo e Murilo Sala, para ficarmos em apenas dois exemplos entre vários. Nos bastidores, após a denúncia de Juninho contra Severo, houve governistas que quase soltaram rojões com a notícia da possível saída.
Otacílio anunciou que, enfim, está sendo preparada a licitação para exploração dos boxes do reformado lanchódromo municipal. Serão 19 concessões individuais. Os futuros permissionários ficarão responsáveis pelas obras estruturais, necessárias para a liberação de órgãos como Bombeiros e Vigilância Sanitária, e por montar um condomínio para gerir o espaço. Solução prática, praticamente sem custo para a Prefeitura. Mas fica a pergunta: precisava de um semestre de espera pra isso?
A licitação para nova empresa de coleta de lixo, marcada para 1º de julho, foi adiada outra vez devido a interposição de recursos. Novo capítulo previsto para 16 de julho. Otacílio diz que, se nenhuma empresa prestar um bom serviço, a autarquia Codesan vai se preparar em até um ano para assumir o serviço. Enquanto isso, tapem os narizes.
Na Difusora, Otacílio acusou moradores e até empresas de jogarem lixo propositalmente em vias rurais e urbanas para prejudicar o governo. De acordo com o prefeito, muitos jogam lixo para depois fotografar e postar nas redes sociais dizendo que a cidade está imunda. Disse que há provas, com notas fiscais e documentos deixados junto ao entulho. A promessa: identificar e punir os “infiltrados do lixo”.
A cobrança em festas juninas de escolas municipais em Santa Cruz do Rio Pardo gerou muitas críticas. Crianças participavam das danças mas ficavam de fora da comida — pastel, pipoca e docinhos só pagando. Otacílio admitiu o erro e prometeu que, no próximo ano, haverá ao menos pipoca e guloseima garantida para as crianças que não puderem pagar.
Mais uma vez, o anúncio do curso de Medicina em Ourinhos teve que ser adiado. De acordo com edital publicado no Diário Oficial da União na quarta-feira (25), o cronograma para a oficialização de novos cursos de medicina em todo o País através do programa Mais Médicos vai se estender até o 1º semestre de 2026. Em Ourinhos, já se falava até em vestibular ainda este ano na FIO. Aguardemos.
Por falar em Ourinhos, mais uma promessa de campanha do prefeito Guilherme Gonçalves (Podemos), foi para o ralo. De acordo com reportagem do Jornal Biz, o mesmo prefeito que garantiu que não nomearia para cargos públicos pessoas com ficha suja nomeou Laércio Lauder da Silva, condenado por violência doméstica e stalking, como diretor operacional do SAMU na Ummes — consórcio com sede em Santa Cruz.
A repercussão foi imediata: o presidente da Câmara de Santa Cruz, Juninho Souza, protocolou um requerimento cobrando explicações e questionando critérios legais, técnicos e administrativos da nomeação. Em Ourinhos? Silêncio ensurdecedor da Câmara até agora.
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