O Ministério Público formalizou nesta quinta-feira (3) a denúncia contra Glauce Cristina Alves Gazola pelo homicídio qualificado de João Basílio Ferreira dos Santos, o "Índio", ocorrido na noite de 16 de agosto de 2024. Conforme apuração do Página d, o juiz responsável já determinou a citação da acusada para responder ao processo, que avança sob a acusação de homicídio doloso com dolo eventual e qualificadora de "perigo comum".
A denúncia, assinada pelo promotor Reginaldo Garcia, enquadra Glauce nos artigos 121, § 2º, inciso III (homicídio qualificado por exposição a perigo comum) e 18, inciso I (dolo eventual) do Código Penal, com pena prevista de 12 a 30 anos de reclusão. Segundo o MP, a motorista agiu com "consciência e vontade indireta" ao assumir o risco de matar alguém ao dirigir sob efeito de álcool e fugir sem prestar socorro após atropelar João Basílio na Vicinal Plácido Lorenzetti. A qualificadora de "perigo comum" foi aplicada por colocar em risco não só a vítima, mas outros usuários da rodovia.
O crime remonta a agosto de 2024, quando Glauce, ao volante de uma caminhonete Toyota Hilux, atropelou João Basílio, que pilotava uma motocicleta. A vítima foi lançada à margem da pista, socorrida por terceiros e morreu horas depois no hospital. Testemunhas e laudos indicam que Glauce fugiu do local e foi encontrada em casa com sinais de embriaguez, recusando-se a fazer o teste do bafômetro ou exame de sangue. Um teste clínico posterior atestou consumo de álcool, mas não embriaguez.
Apesar da gravidade da denúncia, Glauce permanece em liberdade. A Justiça já havia rejeitado dois pedidos de prisão preventiva apresentados pelo delegado responsável pela investigação, Valdir Alves de Oliveira, entendendo inicialmente tratar-se de homicídio culposo (sem intenção). Agora, com a denúncia formalizada por homicídio doloso, o trâmite penal entra em nova fase: após ser citada, Glauce terá 10 dias para apresentar defesa escrita. Em seguida, o juiz decidirá pela aceitação da denúncia, iniciando-se a fase de instrução probatória, com oitiva de testemunhas e perícias.
A decisão judicial anterior havia aplicado medidas cautelares contra a acusada, incluindo proibição de dirigir e restrição de contato com testemunhas.
Assista abaixo a entrevista realizada com os filhos de "Índio" dias depois do acidente:
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